A permanente vitimização de mulheres: compreensão psicodinâmica a partir de um estudo de caso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Younes, Raquel Brandão Martins de Araujo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-07012015-100111/
Resumo: A violência contra as mulheres constitui um fenômeno social com dimensões múltiplas, que, apesar de ter ganhado visibilidade social há pouco, ocorre há muito tempo em todas as culturas, afetando a todas as idades e classes sociais, tendo tornado-se um problema também de saúde pública. A dominação de gênero impede que homens e mulheres pensem fora do esquema de dominação masculina, interpretando essa relação como natural. Existe um despreparo do profissional da saúde em lidar com as vítimas que recorrem ao seu serviço, que se deve possivelmente ao desconhecimento acerca de como proceder frente a esses casos e também se sabe que muitas vezes as intervenções são fracassadas por resistência das próprias mulheres. Neste trabalho, objetivou-se compreender a dificuldade das mulheres em situação de violência abandonarem as relações violentas em que se encontram por meio de um estudo de caso atendido com base no método psicanalítico. Como recurso teórico, lançamos mão da teoria da agressividade de Winnicott, que defende que os problemas de violência enfrentados pela sociedade devem-se à não integração da agressividade inata dos indivíduos. A partir da discussão clínico-teórica, objetivamos ainda, pensar nos impasses e dificuldades na atuação com mulheres que sofrem violência, como forma de contribuir com o preparo de profissionais da saúde que lidam com essas mulheres. Concluímos que a teoria de Winnicott sobre a agressividade contribui de forma substancial para a compreensão da permanente vitimização de mulheres ao revelar o lugar central que a agressividade ocupa na constituição dos seres humanos. Se esse elemento central não puder ser integrado como parte do indivíduo, ele trará graves problemas, sendo um deles, o assujeitamento constante à violência. Concluímos, ainda, que o profissional da saúde deve compreender essas mulheres como seres humanos com necessidades subjetivas e aguardar a oportunidade de elas alcançarem uma atitude construtiva para lhes mostrar a destrutividade e a agressividade humanas presentes nelas, oferencendolhes um novo modelo de vínculo. Essa é a única possibilidade que o ser humano tem de tolerar seus próprios aspectos destrutivos para Winnicott