Príncipes e castelos de areia: performance e liminaridade no universo dos grandes roubos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Aquino, Jania Perla Diógenes de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-11022010-104155/
Resumo: Este trabalho constitui uma etnografia da performance de um assalto contra instituição financeira. Inicio o texto esboçando uma reflexão sobre o material empírico utilizado e as estratégias adotadas para obtê-los. Discorro sobre os dilemas e tensões que vivenciei durante a realização do trabalho de campo, possibilitado por extensas interlocuções com criminosos reclusos em penitenciárias ou foragidos da Justiça. Em seguida, analiso procedimentos e iniciativas mobilizadas por uma equipe de assaltantes, organizando e executando um roubo milionário contra uma empresa de guarda-valores, enfatizando afinidades e conflitos entre os participantes da complexa investida. A partir da perspectiva de análise da performance de Erving Goffman, que se coloca como observador da vida cotidiana, assinalo as prerrogativas para elaboração de fachadas e faces pelos chamados assaltantes de banco, tanto nos períodos de elaboração de suas operações criminosas como em suas rotinas na clandestinidade, balizadas por inconstâncias e riscos. Com base nas noções de liminaridade e experiência de Victor Turner, ressalto as implicações da participação em grandes roubos sobre o dia-a-dia e a trajetória das pessoas que adotam esse ofício ilegal como alternativa de vida e estratégia de ascensão social, focalizando as singularidades em suas identidades e noções do eu.