Influência da exérese da cápsula de Tenon na cirurgia de implante de Ahmed com uso da mitomicina C em portadores de glaucoma neovascular

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Giampani Junior, Jair
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5149/tde-13102014-090928/
Resumo: Este estudo teve por objetivo avaliar a eficácia e a segurança da cirurgia de implante de Ahmed, associada à ressecção parcial da cápsula de Tenon e ao uso da mitomicina C, em portadores de glaucoma neovascular. A amostra foi constituída por 31 olhos de trinta pacientes portadores de glaucoma neovascular, secundário à retinopatia diabética proliferativa ou à oclusão da veia central da retina, com acuidade visual maior ou igual à percepção luminosa. Os olhos foram randomizados para formarem dois grupos: implante de Ahmed convencional, associado ao uso da mitomicina C (n=15), e implante de Ahmed de alta resistência, associado à ressecção parcial da cápsula de Tenon e ao uso da mitomicina C (n=16). Controlaram-se as variáveis procurando homogeneizar os grupos a fim de prevenir vieses nas avaliações dos desfechos. Definiram-se como sucesso cirúrgico simples os casos com pressões oculares maiores ou iguais a 5 mm Hg e menores ou iguais a 21 mm Hg. A média de idade foi de 58,06 anos ± 13,02 , sendo de 62,63 anos ± 10,23 no grupo com e de 53,20 anos ± 14,22 no grupo sem ressecção parcial da cápsula de Tenon (p = 0,109). Não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos com relação ao sexo (p = 0,722), olho operado (p = 1,0), causa do glaucoma neovascular (p = 1,0), existência de panfotocoagulação prévia (p = 1,0) e acuidade visual pré-operatória (p = 0,154). A pressão ocular média pré-operatória foi de 51,00 ± 10,05 mm Hg no grupo com ressecção parcial da cápsula de Tenon e de 51,20 ± 11,58 mm Hg no grupo sem ressecção da cápsula de Tenon (p = 0,889). Houve redução significativa da pressão ocular em ambos os grupos a partir do primeiro dia do pós-operatório. A pressão ocular média dos grupos com e sem ressecção parcial da cápsula de Tenon aos 24 meses de seguimento foi de, respectivamente, 17,00 ± 12,77 mm Hg e 19,78 ± 15,71 mm Hg (p = 0,820). O seguimento médio foi de 23,44 meses ± 9,63 no grupo com ressecção parcial da cápsula de Tenon e de 23,40 meses ± 9,62 no grupo sem ressecção parcial da cápsula de Tenon (p = 0,952). Registraram-se diferenças estatisticamente significativas entre as pressões médias nos grupos com e sem ressecção parcial da cápsula de Tenon apenas no primeiro dia, terceiro e sétimo meses do pós-operatório. Houve redução mais intensa da acuidade visual no grupo sem ressecção parcial da cápsula de Tenon do que no grupo com exérese da cápsula de Tenon (p = 0,023*). O sucesso simples foi de 62,5% (dez olhos) no grupo com e de 53,3% (oito olhos) no grupo sem ressecção parcial da cápsula de Tenon (p = 0,722). Não se verificaram bolhas transparentes, pálidas ou isquêmicas em fase alguma do pós-operatório, em ambos os grupos. As freqüências das complicações foram semelhantes em ambos os grupos, exceto por uma freqüência quase quatro vezes maior de exposição do implante no grupo com ressecção parcial da cápsula de Tenon. Em resumo, os índices de sucesso cirúrgico foram semelhantes entre os grupos com e sem ressecção parcial da cápsula de Tenon, após um seguimento médio de 23,42 meses. Houve redução significativa da acuidade visual nos dois grupos, a qual foi mais intensa naquele sem ressecção parcial da cápsula de Tenon. A exposição do implante de drenagem foi quase quatro vezes mais freqüente no grupo submetido à ressecção parcial da cápsula de Tenon