Diretriz clínica para investigação etiológica de perfuração do septo nasal: uma revisão integrativa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Lamounier, Lorena Andrade
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17165/tde-05062023-134533/
Resumo: Introdução: As perfurações do septo nasal são alterações relativamente comuns na população geral e podem causar impacto significativo na qualidade de vida desses pacientes. Diversas causas estão relacionadas à perfuração septal, entre elas os traumatismos locais ou faciais, uso inalatório de cocaína, neoplasias, doenças infecciosas ou autoimunes. Diante da grande heterogeneidade etiológica das perfurações septais, assim como da prevalência dessas causas nas diferentes realidades locais, não existem protocolos bem estabelecidos de como se deve proceder a investigação etiológica das perfurações septais de modo hierarquizado. Objetivos: Realizar revisão integrativa das principais condutas a serem tomadas na definição etiológica de um paciente com perfuração septal. A partir desta revisão, gerar uma diretriz clínica hierarquizada para orientar a investigação de perfurações septais, que se adapte à realidade no Brasil, para o diagnóstico preciso e precoce desta afecção. Material e Métodos: Foi realizada revisão de artigos publicados entre 2000-2020 nos bancos de dados PubMed e EMBASE, disponíveis em português, espanhol ou inglês, utilizando as palavras-chave \"nasal perforation\", \"septal perforation\" ou \"nasal septal perforation\". Além disso, consensos relacionados ao diagnóstico específico de outras doenças citadas como causadoras de perfuração septal, como \"paracoccidioidomycosis\", \"syphilis\", \"tuberculosis\", \"mucocutaneous leishmaniasis\", \"leprosy\", \"lupus\", \"eosinophilic granulomatosis with polyangiitis\" e \"histoplasmosis\", também foram rastreados no mesmo período e nas mesmas plataformas de dados. Os artigos duplicados, relatos de casos raros e os que não abordavam a investigação diagnóstica da perfuração septal foram excluídos da análise. Resultados: Após triagem de 5451 artigos, 39 foram selecionados para análise. Dentre os artigos selecionados, 20 foram de revisão, seis estudos observacionais e 13 relatos de caso. Não foi encontrado nenhum estudo clínico randomizado ou estudos experimentais que analisaram a melhor conduta diagnóstica frente a casos de perfuração septal. Além disso, a maioria dos estudos foi realizado em países desenvolvidos, onde a epidemiologia e incidência de doenças relacionadas à perfuração septal são diferentes da realidade brasileira. Apesar do baixo nível de evidência científica, a maioria dos artigos reforça que alguns passos são importantes na investigação da perfuração septal: (1) a extensiva coleta de informações na anamnese e no exame físico para direcionamento da investigação; (2) a não necessidade de prosseguimento da investigação em pacientes com história prévia de trauma, cirurgia nasal ou uso inalatório de drogas; (3) a realização de biópsia como principal exame diagnóstico e (4) a necessidade de exames complementares específicos, em alguns casos, para elucidação diagnóstica correta e precoce. Conclusões: A aquisição de informações pormenorizadas da história clínica e do exame físico adequado, em pacientes com perfuração septal, permite otimizar a realização de exames complementares na investigação etiológica da perfuração septal. A diretriz clínica proposta para avaliação etiológica da perfuração septal abrange cenários da realidade brasileira, e que necessita ser validada quanto à sua relação de custo-efetividade.