Estudo perinatal e imunomodulatório da L-mimosina, princípio ativo da Leucaena leucocephala, em ratos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Almeida, Elaine Renata Motta de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10133/tde-26072024-143327/
Resumo: A L-mimosina, encontrada em leguminosas do gênero Leucaena, é reconhecida por sua capacidade de interromper o ciclo celular e por sua toxicidade. No entanto, seus efeitos durante períodos críticos, como gestação, lactação e desenvolvimento embrionário, ainda não são completamente compreendidos. Este estudo teve como objetivo avaliar os potenciais efeitos tóxicos e imunotóxicos da L-mimosina em ratos, durante esses períodos de maior vulnerabilidade. As doses empregadas, por via oral, foram 40, 60, 80, 100, 140, 240 ou 340 mg/kg de peso materno. Durante a gestação, as ratas receberam L-mimosina do dia gestacional (DG) 6 ao 19 ou DG 6 ao 21, enquanto a exposição via aleitamento ocorreu do dia pós-natal (DPN) 1 ao 21. Foram monitorados ganho de peso (GP) materno e da prole, consumo alimentar materno e sinais clínicos. Para avaliação materno-fetal foi realizada a laparotomia exploratória no DG 20, e os filhotes foram separados para avaliações viscerais e ósseas. Realizaram-se análises de hemograma, bioquímica sérica, histopatológicas, morfometria de timo, celularidade de baço e de medula óssea. Nos experimentos pós-natais, foi feito o acompanhamento do desenvolvimento físico e reflexológico das proles, e realizados ensaios de titulação de anticorpos, plaque forming cell (PFC), atividade de macrófagos e hipersensibilidade do tipo tardia (DTH). Amostras de líquido amniótico, leite e sangue maternos foram coletadas para quantificação de L-mimosina. No experimento de escolha da dose, observou-se diminuição do CHCM no grupo tratado com 80 mg/kg. Nos estudos de embriotoxicidade, doses de 60, 100, 140 ou 240 mg/kg causaram diminuições pontuais do GP materno e maior número de alterações ósseas da prole. No grupo 240 mg/kg, houve diminuição do consumo de ração e de leucócitos e neutrófilos, alterações nas enzimas AST, GGT e creatinina, diminuição do peso relativo de timo e alterações histopatológicas nos órgãos linfoides. Observaram-se alopecia nas mães e malformações dos fetos. No estudo pós-natal com exposição in utero, os efeitos adversos ocorreram, em sua maioria, na dose de 240 mg/kg. Nas mães, houve diminuição do GP e do consumo de ração totais, diminuição e aumento dos pesos relativos de rim direito e timo, respectivamente, alopecia, e hiperplasia linfoide do baço. Na prole, houve diminuição do peso da ninhada ao nascimento e durante 42º DPN, aumento de natimortos, erupção tardia dos incisivos, diminuição do título de anticorpos e de celularidade do baço, diminuição da atividade de macrófagos, aumento do VCM, diminuição do CHCM e malformações físicas. O histopatológico revelou alterações leves a moderadas nos rins, fígado e baço. No estudo com exposição via aleitamento, houve aumento do peso relativo do rim direito materno, no grupo de 140 mg/kg. Na prole, houve diminuição do PFC das fêmeas do grupo 340 mg/kg, aumento de celularidade de baço do grupo de 140 mg/kg, aumento de macrófagos espraiados nos machos do grupo 340 mg/kg e nas fêmeas do grupo 140 mg/kg, aumento de hematócrito e VCM do grupo 340 mg/kg. A L-mimosina foi detectada nas amostras dos fluidos biológicos. Os resultados destacam a variedade de efeitos tóxicos e imunotóxicos, principalmente em animais expostos in utero.