Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Calvo, Daniel Bernardes |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10136/tde-02082013-164526/
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Resumo: |
A epilepsia compreende um grupo de alterações neurológicas frequentes em humanos e animais, caracterizada pela ocorrência periódica de crises convulsivas. A causa do processo pode ter várias origens sendo necessária a realização de exames complementares para o diagnóstico definitivo. A análise de biomarcadores, em especial as proteínas de fase aguda, como a proteína C-reativa (PCR), auxilia na identificação de doenças neurológicas inflamatórias e infecciosas, já que após serem produzidas pelo fígado conseguem atingir o tecido danificado e ter suas concentrações elevadas rapidamente na circulação. A concentração de PCR está diretamente relacionada à resposta de fase aguda, independentemente da origem ou natureza do estímulo, podendo ser um processo inflamatório, infeccioso ou até mesmo de origem neoplásica. Embora a PCR tenha sido estudada e monitorada em pacientes com as mais variadas doenças, até o momento não foi determinada a presença de PCR no soro e líquor de cães com epilepsia idiopática. O objetivo deste estudo foi avaliar as concentrações de PCR no líquor e soro de cães apresentando epilepsia idiopática e verificar se essa protéina pode ser utilizada como biomarcador para auxiliar no diagnóstico da doença. Para tanto foram compostos três grupos. O primeiro, denominado A, com 23 animais clinicamente normais; o segundo denomindo B, composto por 17 cães manifestando convulsão em até 24 horas anteriores ao momento da coleta de mateiral; e o terceiro denominado C, com 16 cães apresentando convulsões de 24 horas até 120 horas antecedendo o momento da coleta do líquor e do soro. Foram mensuradas as proteínas totais séricas e realizadas as eletroforeses, além da análise do líquor e tomografia computadorizada. Animais com alterações estruturais detectadas na tomografia foram excluidos do estudo. As concentrações de PCR séricas foram avaliadas por meio da técnica ELISA utilizando-se kit comercial Tridelta Development Ltd, espécie específico. Além desta avaliação, os grupos B e C foram alivados quanto à concentração de PCR no liquor. Os resultados foram analisados pelo teste de Kruskal Wallis, seguido pelo teste de Dunn, enquanto para eletroforese e análise de PCR no líquor utilizou-se teste T não pareado. Não houve diferença significante em relação à eletroforese de proteínas séricas nos três grupos, assim como não se observaram alterações na análise do líquor nos grupos B e C. As concentrações séricas de PCR em cães normais variaram níveis não detectáveis a 6,36 µg/mL, com média de 0,98 µg/mL. As concentrações séricas nos animais do grupo B variaram de 1,04 µg/mL a 5,03 µg/mL, com média 2,14 µg/mL, enquanto no grupo C as concentrações foram de níveis não detectáveis a 1,9 µg/mL com média 0,51 µg/mL. A análise estatística demonstrou diferença significante entre os grupos sendo a média do grupo B superior aos demais (p= 0,0002). As concentrações liquóricas de PCR foram muito baixas quando comparadas àquelas observadas em cães com afecções inflamatórias e infecciosas e não foram em sua maioria detectáveis no líquor quando o período entre a convulsão e a coleta foi superior ao período de 24 horas. Concluiu-se que as convulsões associadas à epilepsia idiopática promovem uma resposta de fase aguda caracterizada pelo aumento de PCR sérica e liquórica nas primeiras 24 horas e que essas concentrações decaem após esse período, podendo estar associadas à liberação de mediadores inflamatórios no SNC e às contrações musculares. Assim sendo, a PCR sérica pode ser utilizada como um biomarcador para diferenciar a epilepsia idiopática de outras causas de convulsão. A técnica ELISA para análise de PCR no líquor, pode se somar às outras análises liquóricas, necessitando ainda de validação. |