Proposta metodológica para análise dos custos do reprocessamento de pinças de uso único utilizadas em cirurgia vídeo-assistida.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Psaltikidis, Eliane Molina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7139/tde-16102006-164059/
Resumo: O trabalho teve como objetivo desenvolver uma proposta metodológica para análise dos custos de reprocessamento de pinças de dissecção, apreensão e corte, de uso único, utilizadas em cirurgia vídeo-assistida. O reuso desses artigos é prática freqüente, no Brasil e em diversos países, tendo como justificativa seu alto custo, embora sua viabilidade técnica não tenha sido comprovada. O reuso de artigos de uso único ainda é controverso e tem sido discutido e estudado sob os aspectos técnicos, legais, éticos e de segurança. Apesar da preocupação econômica, poucos estudos foram desenvolvidos sobre o real impacto econômico do reuso e reprocessamento. Neste trabalho, foi desenvolvida proposta metodológica para cálculo de custos e aplicada em três hospitais do Estado de São Paulo, seguindo o método de estudo de casos múltiplos. Foram coletados dados referentes a três meses nas instituições pesquisadas, por meio de observação e mensuração dos tempos das diversas fases do reprocessamento, revisão de registros da Central de Materiais e Esterilização e informações do Departamento de Recursos Humanos, Almoxarifado e Lavanderia. O custo do reprocessamento mensurado foi de R$9,374 no hospital Caso nº 1, de R$6,591 no Caso nº 2 e de R$3,312 no Caso nº 3. O baixo custo verificado deve ser analisado com grande cautela para que não seja interpretado como uma justificativa ao reuso desenfreado. Ao contrário, o baixo custo é motivo de preocupação, sobretudo quando se observa que o controle de qualidade, nos três casos analisados, tem pequena participação na composição do custo final. Nenhuma das instituições adota os controles de qualidade recomendados para garantir a segurança do reprocessamento. Segundo a Associação Canadense de Assistência à Saúde (Canadian Healthcare Association), devem ser realizadas a validação do reprocessamento e a avaliação anual que incluem inspeções da limpeza dos artigos, testes de esterilidade e análise de pirógenos e de resíduos dos agentes esterilizantes. Com os dados obtidos no estudo, foi elaborada uma estimativa do custo do reprocessamento, caso fossem realizadas a validação e a avaliação anual do reuso, empregando os testes de controle de qualidade. O custo do reprocessamento, considerando a possibilidade de dez reusos do artigo, passaria a ser de R$185,19 no Caso nº 1 e R$363,10 no Caso nº 3. No Caso nº 2, em razão da baixa utilização das pinças do estudo, somente haveria vantagem econômica se o número de reusos fosse restrito a três reutilizações; o custo do reprocessamento passaria a R$595,82 o que corresponderia a 58% do preço do artigo novo. A economia anual obtida pelo reuso da pinça de corte de uso único seria de R$577.818,36 no Caso nº 1, de R$51.501,60 no Caso nº 2 e de R$275.350,40 no Caso nº 3. A grande diferença observada na economia dos casos analisados está diretamente relacionada ao número de artigos empregados anualmente e aos gastos referentes à validação e avaliação anual do reprocessamento. A economia possível não elimina a necessidade de serem analisados outros aspectos relacionados ao reuso, em especial, os técnicos e de segurança.