Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Figueira, Juliana Ribeiro |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17145/tde-23082020-142115/
|
Resumo: |
Introdução: A disfunção sexual feminina (DSF) refere-se ao comprometimento da resposta sexual (desejo, excitação, orgasmo ou dor coital), que provoque desconforto pessoal significativo. A DSF é bastante prevalente e de origem multifatorial. Uma das causas de disfunção sexual é o histórico de abuso sexual, que além de afetar a sexualidade, também está associado à depressão, transtorno de ansiedade, ideação suicida, dependência de álcool e drogas, baixa autoestima e diminuição da satisfação com a vida. Objetivos: Esse estudo visa identificar a prevalência de violência sexual entre pacientes com queixa de disfunção sexual e comparar as características sócio-demográficas, clínicas e os diagnósticos de disfunção sexual em pacientes com e sem histórico de abuso sexual. Métodos: Foi realizado um estudo retrospectivo baseado em dados de prontuários médicos onde foram avaliados os dados antropométricos, demográficos e clínicos dos casos de disfunção sexual de mulheres atendidos no AESH, no período de 2004 a 2016. Os dados foram inseridos em uma planilha do Excel e analisados detalhadamente. Resultados: no total foram analisados 1010 prontuários, sendo que 610 preencheram os critérios de inclusão (60,40%), as quais compuseram a amostra deste estudo. O abuso sexual foi relatado por 134 pacientes (21,97%), na maioria dos casos o agressor era alguém próximo da vítima, sendo que em apenas 7,69% era desconhecido. A depressão foi mais prevalente no grupo que sofreu abuso sexual (32,09% vs 18,28%; p <0,05). Das disfunções sexuais o grupo de pacientes vítimas de violência sexual apresentou maior prevalência de desejo sexual hipoativo (74,03% versus 59,83%; p <0,05); anorgasmia primária (20,3% versus 7,19%; p <0,05); anorgasmia tanto à penetração quanto à estimulação clitoriana 51,15% vs. 39,61%; menor impulso sexual (39,64% versus 52,33%, p<0,05), bem como menos excitação (48,84% versus 61,32%,p <0,05). Conclusão: A prevalência de histórico de abuso sexual entre pacientes com disfunção sexual é alta, cerca de 20% das pacientes, sendo que em menos de 10% dos casos o agressor é desconhecido da vítima. Estas mulheres apresentam mais frequentemente quadro depressivo. Algumas disfunções são mais frequentes nestas pacientes, tais como: disfunção orgásmica, desejo sexual hipoativo e pior qualidade dos relacionamentos subsequentes. Além disso, estas mulheres apresentam mais sonhos eróticos e menos impulso sexual. Sendo assim, é importante que seja feita uma busca ativa de histórico de abuso sexual em pacientes com queixas sexuais e depressão, para orientar melhor a abordagem, otimizar o tratamento e minimizar o impacto do abuso sobre a saúde integral da mulher. |