Estrutura genética de populações naturais de Syagrus romanzoffiana (Arecaceae) do continente (Serra do Mar, S.P.) e da Ilha dos Alcatrazes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1999
Autor(a) principal: Negrão, Marta Organo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11137/tde-20220208-004550/
Resumo: Este trabalho objetivou a caracterização isoenzimática de três populações naturais de Syagrus romanzoffiana (Chamisso) Glassman. uma situada na Ilha dos Alcatrazes, e as outras duas no continente, nos municípios de Bertioga e São Sebastião, SP. Foram tomados tecidos foliares de 5 progênies e de 30 indivíduos adultos de cada população para as análises de eletroforese de isoenzimas, sendo avaliados 8 sistemas enzimáticos para progênies (com um total de 15 ale los) e 2 para indivíduos adultos (total de 5 alelos). A espécie apresentou heterozigosidade esperada, número médio de alelos por loco e proporção de locos polimórficos (0,99) respectivamente iguais a 0,140, 1,59 e 45,83, para progênies, e 0,342, 2,33 e 83,33, para indivíduos adultos. Os resultados mostraram índices de diversidade genética para a espécie dentro dos padrões geralmente obtidos para espécies arbóreas tropicais. Todas as populações estudadas revelaram níveis similares de variação genética intrapopulacional, com exceção da proporção de locos polimórficos, que apresentou-se um pouco inferior para a população de São Sebastião. Foi encontrada, porém, grande divergência genética entre as populações (θ̂P = 0,259), mostrando a população de São Sebastião grande divergência das outras duas populações, mas a população da Ilha dos Alcatrazes pouca divergência genética da de Bertioga. Estes resultados sugerem que as populações da Ilha dos Alcatrazes e de Bertioga tenham surgido a partir de uma base genética comum, uma vez que o fluxo gênico é pouco provável. Para dados de progênies, a população de Alcatrazes e de São Sebastião mostraram tamanhos efetivos maiores que a população de Bertioga, o que parece ser devido à ocorrência de cruzamentos biparentais nesta última população. Já para dados de adultos, as populações de Alcatrazes e Bertioga tiveram tamanhos efetivos semelhantes aos números de indivíduos amostrados, enquanto que a população de Bertioga apresentou um tamanho efetivo inferior. A grande maioria dos locos encontram-se em equilíbrio de Hardy-Weinberg, sugerindo o acasalamento aleatório. A taxa de cruzamento multilocos média foi alta (t̂m = 0,918), mostrando-se a espécie preferencialmente alógama. Há uma tendência de não haver cruzamento entre indivíduos aparentados. A deriva genética ficou evidenciada a partir da alta divergência interpopulacional e pequeno endocruzamento dentro das populações, da distribuição aleatória dos alelos (alelos exclusivos, fixação e perda de alelos, diferenças de freqüências gênicas entre populações), e do fluxo gênico aparente (N̂m) menor do que 1. Como grande parte da variação genética se encontra entre as populações, é importante considerar-se grande número de populações para a conservação genética da espécie. A coleta de germoplasma deve seguir este mesmo critério, adotando-se um maior esforço amostral em relação às populações do que em relação a indivíduos dentro de populações. A população de Syagrus romanzoffiana da Ilha dos Alcatrazes possui uma relativamente alta variação genética, tamanho populacional grande (ordem de milhar), alta densidade populacional e alelos exclusivos, sendo dotada de uma combinação singular de características que lhe confere um valor único para a conservação genética.