O potencial de aplicação de estéril da mineração de areia, em Mogi das Cruzes (SP), como matéria-prima cerâmica e pozolânica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2002
Autor(a) principal: Saito, Márcia Mika
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44133/tde-21102015-143256/
Resumo: Este trabalho teve por objetivo apontar alternativas de uso aos estéreis da mineração e areia do Bairro do Taboão, em Mogi das Cruzes(SP), região responsável pela produção mensal de 170.000m³ de areia, essencialmente consumida na Região Metropolitana de São Paulo. Os estéreis, compostos por lamitos, lamitos arenosos e siltitos arenosos, representam de 30 a 50% do volume lavrado, e ocorrem como pacotes tabulares intercalados aos níveis arenosos explorados. O estéril tem impacto direto nos custos de produção, pelo volume movimentado, na vida útil da jazida, devido à ocupação de parte da área da jazida por bota-foras, e ainda sobre o meio ambiente, pela exposição desses materiais às intempéries. Os lamitos apresentaram a composição mineralógica formada por esmectita (50%), caulinita (30%), illita (15%) e outros minerais (5%). Os lamitos arenosos e siltitos arenosos mostraram variações nas proporções de quartzo, caulinita e esmectita. Amostras desses litotipos foram submetidas a ensaios de aplicação, com enfoque nos setores industriais de cerâmica estrutural e revestimento, e de cimento, visando o uso como pozolanas. A caracterização cerâmica consistiu em determinação do índice de plasticidade e ensaios físicos em corpos-de-prova prensados e queimados à 950 e à 1.100°C. Devido à composição mineralógica, as amostras apresentaram elevada plasticidade, característica que, em excesso, pode ser prejudicial ao processamento cerâmico, embora os produtos de queima em laboratório tenham mostrado resultados satisfatórios para uso em cerâmica estrutural e de revestimento. A queima na temperatura 950°C resultou em produtos porosos, de cor avermelhada, com parâmetros de absorção de água e módulo de ruptura à flexão adequados para fabricação de tijolos furados e telhas. Os lamitos queimados à 1.100°C apresentaram os melhores resultados, atingindo características dos produtos grés e semi-grés. A caracterização pozolânica foi realizada através da determinação dos índices de atividade pozolânica com cal e com cimento, utilizando lamitos e lamitos arenosos, em amostras naturais e calcinadas nas temperaturas 550, 600, 700 e 850°C. As amostras naturais não se mostraram adequadas como pozolanas, devido ao caráter expansivo das esmectitas. Por outro lado, os índices de atividade pozolânica com cal obtidos para amostras calcinadas superaram o limite mínimo especificado pela norma brasileira, sendo os melhores resultados obtidos à 700°C. Os índices de atividade pozolânica com cimento, para as amostras ativadas à 550 e 600°C, oscilaram em torno do limite mínimo especificado pela norma brasileira, sendo que temperatura ótima de ativação foi definida em 850°C, com resultados superiores. Os resultados obtidos indicaram que esses materiais apresentam grande potencialidade de aplicação nos setores industriais abordados, constituindo-se em matérias-primas estratégicas para uma demanda futura.