Prevalência de dor crônica em felinos com sarcoma de aplicação submetidos a tratamento cirúrgico associados ou não a terapia antineoplásica com fosfoetanolamina sintética (FO-S)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Sato, Nádia Yuri Shimosaka
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10137/tde-15052020-094234/
Resumo: A abordagem cirúrgica agressiva e radical de sarcoma felino por aplicação (SFA) é primordial para um prognóstico favorável, mas cirurgias extensas com associação de terapia adjuvantes é descrito como fator predisponentes ao desenvolvimento de dor crônica em humanos. Diante da escassez de estudos sobre o tema o presente trabalho avaliou a prevalência de dor crônica e implicações clínicas em felinos com SFA submetidos a tratamento cirúrgico associados ou não a terapia antineoplásica com fosfoetanolamina sintética. Foram recrutados 20 gatos para estudo clínico transversal, sendo 10 gatos submetidos ao tratamento de sarcoma (grupo S) previamente e 10 animais saudáveis (grupo C). Para todos os animais foi aplicado escala analógica visual (EAV- tutor e vet), questionários de qualidade de vida (QV- WSAVA e QV-felinos), mensuração de alodinia tátil e térmica, mensuração de limiar dolorosa com Monofilamentos de Semmes-Weinstein (M.SW) e mensuração sérica de interleucina 6 (IL-6) e magnésio total (Mg). Para o grupo S, foi realizado levantamento de possíveis preditores para a instalação de dor crônica pós-operatoria persistente (DCPO) e complicações tardias apresentadas. O grupo S apresentou escore médio para EAV-tutor e EAV-vet de 2,1±3,1 a 2,5±2,5 , enquanto o grupo C apresentou EAV-tutor e EAV-vet de 0 ±0, observando-se diferença significativa em ambos as avaliações entre os grupos, sendo S>C (p = 0,0867) e (p = 0,0001), respectivamente. 3 animais apresentarem tanto EAV-tutor quanto EAV-vet ≥ 4, indicando dor moderada. Não foi observado diferença quando avaliado QV-WSAVA e QV-felinos entre os grupos, todavia houve forte correlação entre EAV-Vet e QV-felinos (r=-0,69) e moderada entre EAV-Vet e QV-WSAVA (r = 0,57). Na avaliação de alodinia tátil e térmica não houve diferença entre os grupos. Já o limiar dolorosa avaliado com M.SW os animais do grupo S apresentaram resposta positiva na média de 32±94,37 gramas(g) e grupo C com 300 ± 0 g, observando-se significativa diferença entre os grupos (C > S, p = 0,0001). Não foi observado diferença entre níveis séricos de IL-6 e Mg entre os grupo. As alterações comportamentais de lambedura e agressividades mostraram serem achados significativos com OR =100 e OR =15, entre os grupos respectivamente. E margens cirúrgicas extensas e dor pré-operatória foram os fatores para DCPO mais frequentes nos animais do grupo S de forma significativa (p=0). Conclui-se que os felinos do grupo S manifestaram alterações compatíveis com a presença de dor, tais como mudanças comportamentais como lambedura e agressividade, da mesma forma que menor limiar doloroso ao teste com M.SW. Cerca de 30% dos animais do grupo S caracterizaram-se como portadores de dor crônica ou DCPO apresentando dor de intensidade moderada, assim como beneficiaram-se de uso prolongado de medicações adjuvantes. Todavia mais estudos são necessários para avaliar o papel da terapia multimodal na prevenção de DCPO em felinos submetidos ao tratamento cirurgico.