Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Marcos José de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18139/tde-12082022-085240/
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Resumo: |
Os esforços para colocar as observações climáticas recentes em um contexto de longo prazo têm sido impulsionados pela preocupação sobre se a tendência de aquecimento global do séc. 20 faz parte da variabilidade natural do clima ou se está ligada ao aumento das emissões antropogênicas de gases de efeito estufa na atmosfera. É oferecida uma nova perspectiva sobre o clima e suas mudanças, ressaltando aquelas que ocorrem em virtude de ciclos naturais, geralmente pouco difundidos. Com o embasamento histórico sobre como o clima variou no passado, conduziu-se investigação estatística por meio de técnicas de séries temporais e análises espectrais/harmônicas (Séries de Fourier e espectrogramas), as quais permitiram determinar fenômenos naturais periódicos e suas magnitudes nas variações nacionais de temperatura. Identificou-se que a temperatura superficial do ar no Brasil exprime ciclos de 4 anos (origem oceânica-atmosférica relacionada ao ENOS), de 33 anos (ciclos de Brückner, de origem lunar-solar) e de 82 anos (ciclo inferior de Gleissberg, de origem solar). Fundamentando-se em modelo oscilatório alternativo que incorpora tais ciclos naturais, foram elaboradas projeções futuras da temperatura do ar no País. Para o ano de 2100, prevê-se que a temperatura do ar no Brasil pode atingir o valor de +1,8 ± 0,6 °C, segundo o modelo oscilatório natural. Em comparação, modelos convencionais tipicamente utilizados pelo IPCC indicam, até o final do século, um aumento de: +2,9 ± 1,2 °C (modelo RCP4.5, com mitigação); +3,9 °C (modelo SRES A1); e 5,7 ± 1,7 °C (modelo RCP8.5, sem mitigação). Os valores mais extremos dos modelos convencionais atingem proporções até 4 vezes maiores do que os resultados obtidos no modelo alternativo aqui disponibilizado. Analisando a aderência dos modelos, conclui-se que os modelos convencionais estão superestimando e exagerando uma taxa de aquecimento no Brasil que, na realidade, não tem sido observada. O modelo oscilatório natural proposto, que apresenta alta correlação com os dados observados até o momento, indica um incremento da temperatura no Brasil que pode chegar ao modesto valor de +0,8 °C em 2040. Para o mesmo ano, os modelos convencionais (SRES A1 e RCP8.5) indicam valores em torno de +2,0 °C – o que representa mais que o dobro da projeção fundamentada nos ciclos climáticos naturais. Com base nas projeções que indicam um aquecimento moderado, nada exagerado, é oferecida uma nova perspectiva de um clima futuro menos aterrorizante. Em um contexto em que predominam perniciosos discursos alarmistas, difusores de cenários de um aquecimento global apocalíptico, espera-se que novas visões ponderadas permitam apaziguar o nível de preocupação que hoje tem culminado em efeitos colaterais indesejáveis – em especial os elevados níveis de eco-ansiedade que vem afligindo parcelas significativas da sociedade. |