Um estudo sobre os processos interativos de crianças de 2 a 4 anos em situação de brincadeira a partir da noção de Rede de Significações – RedSig

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Silva, Josiane da Silva Delvan da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-29052009-104707/
Resumo: O presente trabalho teve como objetivo analisar, a partir de um estudo empírico, como ocorrem os processos de construção e negociação de significados de modo a se compreender a ocorrência da repetição e a emergência da novidade presentes nas interações de crianças em brincadeira. A pesquisa é orientada pela proposta teórico-metodológica da Rede de Significações (CINDEDI-FFCLRP USP) para a qual o desenvolvimento humano é compreendido como um processo complexo e imerso em uma malha de elementos de natureza semiótica em contínua transformação. Sustentada por esta orientação teórica, a metodologia deste trabalho teve como participantes um grupo composto por seis crianças com idade entre dois e quatro anos (três meninos e três meninas, um de cada idade). O contexto da pesquisa define-se por uma instituição pública de Educação Infantil do município de Itajaí - SC. A observação com auxílio da vídeo-gravação foi o instrumento utilizado. Os procedimentos de coleta de dados foram realizados em fases distintas e complementares: 1ª fase: observação das crianças com 2 a 4 anos de idade em brincadeira espontânea na instituição para a identificação dos participantes que comporiam o grupo para a observação vídeo-gravada. Juntamente com estas observações, foram realizados contatos com as professoras para que elas confirmassem quais as crianças de cada turma que mais interagiam durante as situações de brincadeira. A partir destas informações, de cada turma foram escolhidas 5 ou 6 crianças; as que aceitaram participar das filmagens. 2ª fase: realização das sessões de vídeo-gravação com o grupo de seis crianças, no momento de brincadeira livre numa das salas de aula da instituição gravadas entre os meses de julho a dezembro de 2003, compondo 13 sessões de videogravação, cada uma com 30 minutos de duração, perfazendo um total de 6 horas e 30 minutos de filmagens. Foram seguidos os seguintes procedimentos para a organização dos registros feitos: a. Para cada uma das sessões filmadas, foram transcritos de forma molar os comportamentos observados nos 10 primeiros minutos; b. Após a transcrição das sessões filmadas, o material foi assistido várias vezes para aperfeiçoar a descrição das ações, das falas e a formação dos grupos das crianças; c. O critério inicial utilizado para a seleção do material para a análise foi escolher as sessões em que participaram o mesmo grupo de crianças, ou sua maioria; d. As sessões selecionadas foram organizadas em quatro blocos, os quais compõem o corpus da presente pesquisa. A análise do corpus da pesquisa buscou descrever as interações das crianças quanto ao conteúdo e qualidade pela definição de cinco unidades de análise: a formação das parcerias; os brinquedos como mediadores; o espaço como canalizador das interações; a cultura de grupo e as brincadeiras como contexto para a repetição e a novidade. Os resultados encontrados indicam que as interações demarcam ações que se repetem e outras que se transformam na dinâmica da brincadeira. A criança pode dominar o jogo simbólico por meio do que já aprendeu transformando-o em uma ocasião especial na qual ela é a dona do tempo, do espaço e da cultura, revolucionando continuamente o que faz. As ações são reproduzidas, construídas, acomodadas, manipuladas e resistidas ativamente pelas crianças, que criam momentos de negociação os quais abrem possibilidades para a emergência de novidades.