Habilidades cognitivas e de percepção de fala no ruído em idosos com perda auditiva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Cardoso, Maria Julia Ferreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/25/25143/tde-26082019-195822/
Resumo: INTRODUÇÃO: A perda auditiva relacionada à idade provoca diversas alterações, como dificuldade na percepção dos sons e na compreensão da fala, principalmente em ambientes desfavoráveis. O envelhecimento também pode ocasionar alteração no sistema nervoso central, acarretando redução na capacidade intelectual e/ou cognitiva e deterioração de outras funções sensoriais. Além disso, evidências científicas apontam uma associação entre a perda auditiva e a alteração da cognição, sendo de extrema importância que os profissionais estejam atentos a esta relação para que ocorra sucesso na reabilitação auditiva. OBJETIVO: Verificar a influência de habilidades cognitivas verbais no teste de percepção de fala no ruído em idosos com perda auditiva sensorioneural e relacionar a classificação socioeconômica, a escolaridade, o grau de perda auditiva e o nível intelectual-cognitivo na percepção de fala no ruído competitivo MÉTODO: Estudo do tipo observacional e transversal. Participaram 36 idosos com idade entre 60 e 89 anos com diagnóstico de perda auditiva sensorioneural bilateral, divididos em (GI) 24 idosos sem alteração cognitiva e (GII) 12 idosos com alteração cognitiva. Foram submetidos a avaliação otorrinolaringológica, a avaliação psicológica por meio do Wechsler Intelligence Scale for Adults (WAISIII), a entrevista audiológica inicial, a audiometria tonal liminar, a logoaudiometria, a imitanciometria, a avaliação da percepção de fala no ruído com o Hearing in Noise Test (HINT-Brasil) e a avaliação da integração binaural por meio do teste dicótico de dígitos. A análise estatística foi realizada por meio dos seguintes testes: Teste U de Mann-Whitney para comparação entre os grupos, Correlação de Spearman e Kruskal-Wallis para verificação da influência das variáveis idade, grau da perda auditiva, nível de escolaridade, configuração audiométrica e relação entre os resultados do HINT-Brasil e o WAIS-III. RESULTADOS: Houve diferença entre os grupos no desempenho do HINTBrasil apenas na condição ruído à esquerda, mostrando vantagem da orelha direita na percepção de fala no ruído. A idade, o grau da perda auditiva e o nível de escolaridade influenciaram na percepção de fala no ruído. Houve influência da idade, do nível de escolaridade e da classificação socioeconômica no WAIS-III. Não foi observada correlação entre o teste dicótico dígitos, o teste de percepção de fala no ruído e o desempenho da função cognitiva, ou entre o teste de percepção de fala no ruído e as habilidades cognitivas verbais. CONCLUSÃO: Não houve influência das habilidades cognitivas verbais na habilidade de percepção de fala no ruído nos idosos com perda auditiva sensorioneural de grau leve e moderado de acordo com análise estatística. A idade, o grau da perda auditiva e o nível de escolaridade influenciaram na percepção de fala no ruído, e nas habilidades cognitivas verbais houve interferência da idade, do nível de escolaridade e da classificação socioeconômica.