Efeito de contraste na resposta ocular: avaliação de um procedimento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Moreno, Adriana Saavedra
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47132/tde-13122017-152924/
Resumo: O Contraste Sucessivo é um dos paradigmas experimentais que modelam a experiencia de perda. Nele, os organismos deixam de estarem expostos à eventos reforçadores, apetitivos e/ou preferidos para entrarem em contato com outros de menor qualidade ou valor. Isto resulta numa série de estratégias comportamentais caracterizadas por um importante componente emocional, uma diminuição na execução da resposta (consumatória ou operante) que não está mais correlacionada com a consequência, um aumento na execução de respostas que eram menos prováveis, e uma conservação da estrutura do comportamento exibido antes da perda ou deterioro. A função dos estímulos antecedentes e/ou discriminativos envolvidos, que constituem a parte vigente da contingência que foi quebrada, também tem se mostrado comprometida. Contudo, a interação entre essas características tem sido estudada de modo separado, seja por complicações técnicas ou por isolamento teórico entre os paradigmas. Neste experimento se apresenta uma proposta que tenta obter uma caracterização mais abrangente das estratégias comportamentais que emergem numa situação de perda, aproveitando a versatilidade topológica e funcional da resposta ocular, e a disponibilidade de recursos técnicos que permitem obter medidas precisas dela. Para isso, no procedimento utilizado foram disponibilizadas alternativas de resposta com diferentes valores de reforçamento em cada. 192 fotografias do IAPS foram categorizadas segundo seu valor emotivo e seu conteúdo em seis categorias: Eróticas, Filhotes (Agradáveis), Paisagens naturais, Paisagens artificiais (Neutrais), Doenças e Violência (Desagradáveis). Pares dessas fotografias foram apresentadas num arranjo de quatro quadrantes na tela do computador, antecedidas de forma consistente por Figuras geométricas específicas para cada categoria, enquanto os tempos de fixação eram registrados com um rastreador ocular. Uma sétima figura geométrica foi pareada aleatoriamente com fotografias de todas as categorias. Após atingir um critério de estabilidade baseado no ranqueamento e correspondência entre os tempos de fixação das Figuras geométricas e das Fotografias, as Fotografias da categoria mais observada foram substituídas por Fotografias daquela correspondente ao terceiro lugar, mas continuaram sendo antecedidas pela mesma Figura geométrica. Os resultados mostraram que o procedimento foi sensível às condições e a manipulação experimental. Foi possível estabelecer um ranqueamento entre as categorias a partir das respostas oculares e caracterizar um padrão de observação após a incongruência introduzida. No caso, as preferências exibidas pela participante foram reorganizadas, com um aumento nos tempos de fixação das categorias agradáveis, evitação das fotografias da categoria Doença enquanto a Figura geométrica que à antecedia começou a ser mais observada, e um aumento no tempo de fixação da categoria de imagens aleatórias. No caso das Categorias alteradas, as fotografias de Filhotes (terceira categoria no ranqueamento) que começaram a ser antecedidas pela Figura geométrica correspondente à categoria Violência (a mais observada), foram menos observadas do que àquelas antecedidas pela figura geométrica treinada na fase anterior. São discutidas as melhoras que o procedimento poderia ter assim como o uso das medidas mais apropriadas na exploração de diversos fenômenos comportamentais. Se analisa se os resultados podem ser entendidos dentro do paradigma de contraste e por último se apresentam comentários sobre a necessidade de aproveitar os desenvolvimentos técnicos que permitem executar experimentos mais complexos