Pós-fordismo no sertão? A modernização da cadeia produtiva do carvão vegetal no norte de Minas Gerais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Silva, Ricardo dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-26082016-150304/
Resumo: A primeira década do século XXI marcou a introdução e consolidação de novas tecnologias e novas formas de organização e gestão do trabalho no processo produtivo do carvão vegetal proveniente da silvicultura do eucalipto na região norte de Minas Gerais estado que concentrou 83% da produção nacional de carvão oriundo de florestas plantadas no ano de 2013. O presente estudo pretende oferecer uma contribuição ao entendimento dessas transformações, especialmente das relações de trabalho no setor, considerando a imbricação entre o velho e o novo, entre o arcaico e o moderno, presente na nova estrutura organizacional dessa cadeia produtiva. Para tanto, recorreu-se à perspectiva da sociologia do trabalho, especialmente abordagens sobre o pós-fordismo. Enfatiza-se a articulação entre as transformações no plano microorganizacional com modificações econômicas que extrapolam o âmbito estrito/restrito do chão de fábrica. A tese constatou que a trajetória do capitalismo na região, que condicionou a precariedade das relações de trabalho fundamentada em particularidades historicamente produzidas a partir da sua vinculação com a expansão do capital originário de regiões mais desenvolvidas , não possibilitou o surgimento de agentes locais (especialmente, trabalhadores e sindicatos) capazes de influenciar o processo de modernização do setor. A região integra o circuito capitalista de forma dependente, embora com regulações mitigadoras dos efeitos (socioambientais) deletérios dessa cadeia produtiva, com vistas à redução dos custos de produção do ferro-gusa e ferroligas. A produção de carvão vegetal no norte de Minas Gerais, que reflete e reforça a dependência histórica da região, é articulada ao novo contexto da produção, instaurando novos dilemas/precariedade que conectam o velho/arcaico e o novo nas relações de trabalho.