Composições pictóricas na obra de Eavan Boland: paisagens interiores

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Wolkoff, Gisele Giandoni
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8147/tde-03122008-163001/
Resumo: Ao apresentar criticamente ao público de língua portuguesa a obra da escritora irlandesa contemporânea Eavan Boland, por meio de uma seleção poética traduzida, que privilegia a visualidade e a ekphrase, este trabalho tece uma leitura intermediática (artes visuais e literárias) e verifica os efeitos de sentido da intermedialidade na construção do lirismo poético. Pressupondose a inevitável incomunicabilidade da linguagem, esta tese examina a intermedialidade, presente no processo de escrita entre as fronteiras do nacional e do cosmopolita e, sobretudo, do privado ao público e deste àquele, enquanto um recurso artístico, característico da pluralidade identitária da poesia, capaz de alcançar graus de comunicabilidade mais amplos, ou seja, menos deficitários. Por fim, a seleção de poemas aqui recolhidos traça o percurso íntimo da produção artística de Eavan Boland, momento em que os graus de articulação lingüística (seja por meio visual, verbal ou intermediático) assistem a uma suspensão de sua incomunicabilidade, e conseguem atingir esferas mais densas de sucesso comunicativo, fazendo vir à tona a natureza lírica da escrita: os movimentos concomitantes entre as esferas pública e privada referem-se à busca da interioridade, da subjetividade do eu-lírico, o auto-retrato da poetisa. Portanto, a partir do exercício interpretativo das traduções poéticas, bem como do estudo da intermedialidade, lê-se aqui a ekphrase como recurso poético na obra de Eavan Boland, capaz de metonimizar o transitar da voz poética na tradição irlandesa a partir de onde a poetisa fala, a nação irlandesa e a ruptura com essa tradição, a busca ao encontro do feminino, da voz da mulher e, acima de tudo, da voz poética enunciadora do fluxo comunicativo.