Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2007 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Elisabete Regina Baptista de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-04062007-113354/
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Resumo: |
Trata-se de um estudo exploratório empírico, de natureza qualitativa, que busca analisar, sob a ótica das relações de gênero, as singularidades das trajetórias afetivas, sexuais e reprodutivas de mulheres jovens de estratos populares do município de São Paulo, a partir de suas experiências de socialização. Por meio de entrevistas em profundidade semi-estruturadas realizadas com seis jovens, entre 16 e 20 anos, quatro das quais com experiência de gravidez na adolescência, buscou-se compreender, em primeiro lugar, o processo de aprendizagem das \"regras\" sociais da sexualidade modeladas e preconizadas pelos diversos agentes socializadores, bem como de que modo as jovens articulam e se apropriam desses saberes, formando seu acervo de conhecimentos sobre sexualidade. Em segundo lugar, buscou-se a identificação e a análise dos elementos que são percebidos pelas jovens como mais relevantes na concretização ou no adiamento do projeto de maternidade. Busca-se ressaltar, ainda, a importância da heterogeneidade dos perfis e a diversidade das situações vividas pelas jovens, considerando que as políticas públicas de saúde e de educação tendem a homogeneizá-las sob o critério etário, desconsiderando os significados e representações de sexualidade e de maternidade. A fundamentação teórica baseia-se, sobretudo, no conceito de socialização desenvolvido por Peter Berger e Thomas Luckmann e no conceito de gênero elaborado por Joan Scott. A pesquisa de campo foi desenvolvida no bairro de Cidade Tiradentes, da zona leste de São Paulo, entre as jovens usuárias da Casa Ser - Centro de Atenção à Saúde Sexual e Reprodutiva Maria Auxiliadora Lara Barcelos, uma unidade de saúde especializada no atendimento às mulheres do bairro, que possui características pioneiras e inovadoras, trabalhando sob a perspectiva das relações de gênero. O período de entrevistas estendeu-se por cerca de um ano, durante o qual foi possível acompanhar alguns acontecimentos nas vidas das jovens, como por exemplo, o nascimento do/a filho/a, suas jornadas em busca de emprego e suas percepções em relação aos eventos passados, bem como suas perspectivas de futuro. Como resultados principais, foi constatado que as jovens constroem seu repertório de conhecimentos sobre sexualidade a partir de discursos e de modelos de diversos agentes socializadores, sendo todos importantes neste processo e que elas participam ativamente na busca de informações que as possibilitem fazer escolhas em relação a sua sexualidade. Foi constatado também que os modelos de gênero presentes, sobretudo na socialização familiar e nas relações afetivas agem fortemente no modo como as jovens pensam a maternidade, sendo mais relevantes do que os discursos preconizados pela família e por outros agentes socializadores. |