Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Dezan, Lúcia Cristina |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-02092013-090146/
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Resumo: |
Este trabalho tem por objetivo construir um diálogo teórico entre a alienação do fetichismo da mercadoria, em Marx, e algumas categorias da psicanálise. A noção marxista clássica de ideologia, concebida como o desconhecimento e a distorção da consciência necessariamente produzidos pelas condições efetivas da realidade social, é criticada pelo filósofo esloveno Slavoj iek, ao trazer para o campo da ideologia a noção psicanalítica de fantasia. Entretanto, realizamos uma primeira problematização dessa elaboração do filósofo por dirigir a sua crítica a essa noção de ideologia, remetendo-a ao fetichismo da mercadoria. Mostramos que esse conceito de ideologia a que a sua crítica se dirige se adéqua justamente à noção de ideologia desenvolvida por Marx e Engels nA ideologia alemã, e não ao fetichismo da mercadoria, visto que o fetichismo comporta uma noção mais complexa que não se resume a um mero desconhecimento da realidade e a uma distorção socialmente necessária da consciência. Retornamos a O capital de Marx para mostrar as imbricações da fantasia no fetichismo da mercadoria e para mostrar que a sujeição que atinge os sujeitos sob a alienação fetichista é da ordem do inconsciente. No contexto da relação entre fetichismo da mercadoria e inconsciente, problematizamos também aquilo que denominamos uma generalização a que iek incorre, ao defender a tese de que a alienação fetichista teria se deslocado genericamente do saber para o fazer humano. Dessa forma, concluímos que a formulação marxiana, Não o sabem, mas o fazem, continua atual e exercendo o seu poder ideológico, dependendo das condições sócio-simbólicas em que os sujeitos se inserem e são inseridos. Para compreender o sentido da noção de fantasia no campo da ideologia, empreendemos uma breve apresentação da noção freudiana da fantasia até uma compreensão lacaniana, em sua dimensão de gozo e de objeto a, elaborada por iek. O filósofo realiza uma distinção entre sintoma e fantasia para dizer que a ideologia não se estrutura na forma do primeiro, mas sim da segunda, em que a fantasia ideológica, em sua dimensão real, estrutura a realidade social. Na direção da pista deixada por iek, seguimos rumo às operações lacanianas de alienação e separação para pensar possibilidades do sujeito fazer frente à ideologia. Apresentamos, então, um estudo dessas operações em Lacan, e elaboramos, por nossa própria conta e risco, uma articulação delas com o fetichismo da mercadoria, tentando mostrar as determinações mútuas entre fetichismo e inconsciente. Da mesma forma que a fantasia ideológica e a operação da alienação operam um fechamento imaginário da abertura possibilitada pela separação, essa operação permite uma abertura desejante entre sujeito e Outro, lugar de onde se poderia partir para uma crítica possível à ideologia |