Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2010 |
Autor(a) principal: |
Costa, Tânia Alves da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42133/tde-16122010-113911/
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Resumo: |
O principal mecanismo de defesa de hospedeiros infectados pelo Paracoccidioides brasiliensis (Pb), fungo dimórfico que causa a mais importante micose sistêmica da América Latina, é a imunidade celular. Neste processo participam macrófagos ativados por IFN-<font face=\"Symbol\">g e a IL-10 parece ser a citocina que se contrapõe a esta ativação. Tanto na patologia humana como em modelos experimentais há fortes indicações de que a IL-10 age como supressora da imunidade celular causando efeitos deletérios aos hospedeiros; entretanto, estudos diretos sobre a função da IL-10 na paracoccidiodomicose (PCM) não tinham sido ainda realizados. Então o objetivo fundamental deste trabalho foi estudar a função da IL-10 nos mecanismos da imunidade inata e adaptativa contra o Pb utilizando como modelo experimental camundongos geneticamente deficientes de IL-10 (IL-10 nocaute, IL-10 KO) em comparação com seus controles normais (WT). Demonstramos in vitro que macrófagos peritoneais normais de camundongos IL-10 KO apresentam uma maior atividade fagocítica e fungicida que os macrófagos de camundongos WT e isto esteve associado à maior produção de IFN-<font face=\"Symbol\">g, TNF-<font face=\"Symbol\">α, óxido nítrico (NO) e da quimiocina MCP-1. Verificamos, entretanto, que a produção de IFN-<font face=\"Symbol\">g era realizada por células NKT contaminantes de macrófagos aderentes nos camundongos IL-10 KO, sugerindo uma possível participação destas células na ativação de macrófagos e de células T de camundongos IL-10 KO. Estudos in vivo revelaram que a partir da 2ª semana de infecção os camundongos IL-10 KO apresentaram uma resposta imune precoce em relação aos WT, pois os pulmões dos primeiros apresentavam carga fúngica significativamente menor, associada com aumento da maioria dos isótipos de anticorpos (IgM, IgG1, IgG2a, IgG2b) específicos contra o fungo. Observamos também a inibição total da produção das citocinas IL-4 e IL-5, mostrando a ação reguladora da IL-10 na síntese de citocinas Th2. Na 4ª semana pós-infecção a carga fúngica continuou menor nos animais IL-10 KO, mas não foram observadas as diferenças quanto à síntese de anticorpos entre as duas linhagens. A análise dos leucócitos infiltrantes nos pulmões revelou um aumento na frequência de linfócitos T CD4+ ativados nos camundongos IL-10 KO em relação aos WT. A partir da 8ª semana, a carga fúngica pulmonar dos camundongos IL-10 KO reduziu consideravelmente e não ocorreu disseminação para outros órgãos. Observou-se também, nesta linhagem, um aumento na resposta de hipersensibilidade do tipo tardio (HTT), confirmando o padrão de resposta desviado para um perfil Th1. A análise histológica dos órgãos dos camundongos IL-10 KO revelou ausência de granulomas e fungos no pulmão em contraste aos seus controles WT que apresentavam elevado número de granulomas e fungos neste órgão. A análise dos linfócitos infiltrantes nos pulmões dos camundongos IL-10 KO mostrou redução na frequência de células B, o que é coerente com a baixa síntese de anticorpos observada. Houve aumento marcante na freqüência de células T CD4+ e T CD8+ memória/efetora, caracterizando mais uma vez a eficiente resposta imune celular nesses animais associada à ausência do papel regulador negativo da IL-10. Em fase mais tardia (16 semanas pós-infecção) a regressão da infecção nos camundongos IL-10 KO continuou evidente pelo pequeno número de fungos recuperados do pulmão, acompanhada de baixa síntese de citocinas (IL-5 e IL-2) e de anticorpos anti- P. brasiliensis. Na 23ª semana de infecção além da baixa carga fúngica nos camundongos IL-10 KO, associada à baixa frequência de células responsáveis pela imunidade celular ocorreu também redução na freqüência de células Treg, indicando o papel regulador da IL-10 nesta subpopulação celular. A elevada sobrevida (90%) dos animais IL-10 KO foi coerente com a baixa carga fúngica e eficiente resposta imune no curso da infecção. Em conjunto, nosso trabalho demonstra o importante papel regulador da IL-10 na imunidade da PCM. |