Conhecimento e práticas de profissionais de enfermagem das equipes de saúde da família, de um município do interior de Minas Gerais, sobre a promoção ao aleitamento materno

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Fonseca, Mariana de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-14012011-102201/
Resumo: Apesar de conhecidos os benefícios do aleitamento materno, seus índices ainda se encontram aquém do recomendado pela Organização Mundial da Saúde. Neste sentido, práticas de promoção desenvolvidas pelos profissionais de enfermagem, da Estratégia de Saúde da Família, dotados de habilidades e conhecimento, podem elevar a prevalência e duração desta prática social. Este estudo teve como objetivos: analisar a atuação dos profissionais de enfermagem das equipes de saúde da família na promoção ao aleitamento materno; caracterizar seu perfil sociodemográfico, profissional, de trabalho e de amamentação; e identificar seu conhecimento e suas práticas de promoção. Tratou-se de estudo observacional, transversal, descritivo e exploratório que foi desenvolvido nas unidades de saúde da família da zona urbana do município de Uberaba/MG. A população do estudo constituiu-se por 85 profissionais de enfermagem que estavam atuando nas equipes de saúde da família no momento da coleta dos dados, entre março e julho de 2010. Os dados foram coletados por meio de dois questionários, sendo um para enfermeiros e outro para técnicos de enfermagem. Ademais, em um segundo momento, foi realizada a coleta dos dados por meio da observação. Os dados foram processados e analisados no programa Statistical Package for Social Sciences, versão 16.0. Na análise, utilizaram-se distribuição de frequências, medidas de tendência central e de variabilidade, comparação entre médias e análise de correlação de Pearson e Spearman. No momento da coleta dos dados, 44,7% dos profissionais tinham entre 20 e 29 anos, sendo que a maioria era do sexo feminino e não tinha filhos. Dentre aqueles que eram pais, a maioria passou pela experiência da amamentação. A maioria dos profissionais participou, ao menos uma vez, de cursos sobre aleitamento materno e se considerou apta para observar uma mamada e corrigir os erros. A mediana do tempo de atuação dos profissionais de enfermagem nas equipes onde estavam alocados foi de cinco meses. A média de acertos no teste de conhecimento sobre aleitamento materno girou em torno de 60% e foi maior entre os profissionais que não amamentaram seus filhos, que participaram de cursos sobre aleitamento materno e que se consideraram aptos para a atuação em aleitamento materno. Houve uma fraca correlação entre a média de acertos no teste de conhecimento e o tempo de atuação nas equipes (r=0,02). Em relação às práticas de promoção investigadas no estudo, quais sejam: orientações sobre aleitamento materno às gestantes no terceiro trimestre de gestação, nos grupos educativos, em visitas domiciliares às puérperas, nas consultas de pré-natal e puericultura, nas atividades de educação continuada em serviço e nos encontros com gestantes e nutrizes, a maioria dos profissionais afirmou participar e abordar o aleitamento materno em quase todos estes encontros. Entretanto, houve uma fraca correlação entre a frequência da abordagem do aleitamento materno nessas atividades pelos profissionais e sua média de acertos no teste de conhecimento (0 < r < 0,3), exceto na primeira visita domiciliar à puérpera após o parto, realizada pelos técnicos de enfermagem, onde a correlação com a média de acertos foi moderada, apesar do valor do coeficiente de correlação (r=0,31) estar muito próximo do limite que o separa da classificação como correlação fraca. Nas observações, foi verificado que a afirmação, da maioria dos profissionais, de que desenvolviam as atividades citadas mostrou ser pouco consistente na prática, uma vez que apenas alguns deles realmente atuavam neste sentido. Ademais, sua atuação não condisse com a proposta da promoção da saúde de ir além da dimensão biológica do aleitamento materno, pois se centrou em uma abordagem curativa e prescritiva. Conclui-se que há uma consciência dos profissionais de enfermagem em realizar as atividades direcionadas à promoção do aleitamento materno, entretanto por diversos fatores estas não acontecem.