A relação entre fatores maternos e a resposta à dor e ao estresse do prematuro em posição canguru

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Castral, Thaíla Corrêa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Dor
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-18072011-112116/
Resumo: O canguru é efetivo no alívio da dor aguda em prematuros, porém pouco se sabe sobre o papel da mãe na regulação da dor e estresse neonatal. Tem-se como objetivo geral investigar a associação entre os fatores maternos (comportamento, estado emocional e humor e estresse) e a resposta à dor e ao estresse de prematuros submetidos à punção de calcâneo para exame de triagem neonatal em posição canguru. Trata-se de experimento não-controlado, realizado na unidade neonatal de um hospital universitário de Ribeirão Preto-SP. Participaram do estudo 42 mães e seus filhos prematuros, após obtenção de consentimento livre e esclarecido. Os dados foram coletados em três fases: basal - FP (10 minutos), procedimento - FP (coleta do exame) e recuperação - FR (10 minutos). Coletaram-se amostras de saliva da mãe e do prematuro antes e após o exame doloroso e da mãe à noite e ao despertar. Mensuraram-se as variáveis: mímica facial (Neonatal Facial Coding System - NFCS), sono e vigília, duração do choro e frequência cardíaca (FC) neonatal, comportamento materno e interação mãe-filho (Maternal Mood Infant Pain Behavior Coding System), estado emocional e de humor materno (Inventários de Depressão e de Ansiedade de Beck). Explorou-se a relação entre as variáveis maternas e neonatais (análise bivariada), a influência do estado emocional e humor materno nas variáveis neonatais (análises de variância com medidas repetidas) e quais variáveis explanatórias maternas interferem nas variáveis de resposta neonatais (regressão múltipla). O escore médio do NFCS, a porcentagem de duração do tempo de choro e a FC média não alteraram significativamente entre as fases da coleta, ao controlar-se a porcentagem de duração dos estados de sono e vigília basal. As concentrações médias de cortisol salivar neonatal e materno pós-punção em relação a pré-punção não diferiram estatisticamente (p=0,731; p=1,000, respectivamente). Encontrou-se associação entre o escore médio do NFCS na FP e a concentração de cortisol salivar pré-punção materno (r=0,32; p=0,040); a porcentagem tempo do choro na FP e a concentração de cortisol salivar pré-punção materno (r=-0,32; p=0,047); a FC neonatal na FP e as concentrações de cortisol salivar noturno (r=-0,49; p=0,002), pré-punção (r=-0,34; p=0,025) e pós-punção (r=-0,51; p=0,001) materna; a FC neonatal na FR e as concentrações de cortisol salivar noturno (r=-0,45; p=0,004), prépunção (r=-0,41; p=0,007) e pós-punção (r=-0,50; p=0,001), as concentrações de cortisol salivar pré-punção neonatal e noturno materno (r=0,39; p=0,016) e as concentrações do cortisol pós-punção neonatal e materno (r=0,34; p=0,027). A presença de sintomas de ansiedade e depressão e o comportamento maternos não influenciaram a resposta de dor e estresse do prematuro. A concentração do cortisol salivar materno pré-punção foi preditor da variância da concentração do cortisol salivar pós-punção do prematuro [coeficiente R2 ajustado=0,092; F(1,36)=4,764; p=0,036]; a concentração de cortisol salivar noturno materno, juntamente com a idade pós-natal do prematuro, explicaram a variância da FC neonatal [coeficiente R2 ajustado=0,282; F(2,35)=8,219; p=0,001]. Concluiu-se que a capacidade das mães participantes do estudo em regular o seu próprio estresse pode contribuir para a resposta de dor e estresse do prematuro. Outros estudos são necessários para fortalecer as evidências.