Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
1980 |
Autor(a) principal: |
Lopes, Eli Sidney |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11140/tde-20210104-161432/
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Resumo: |
Foram conduzidos vários experimentos em casa de vegetação em vasos, com solo irradiado com raios gama, visando selecionar espécies eficientes de fungos micorrízicos e estabelecer relações de especificidade eventualmente existentes entre plantas e fungos. Gramíneas e leguminosas forrageiras e café (Coffea arabica L.) foram investigadas. Foram efetuadas avaliações de infecções nas raízes pelos fungos micorrízicos, determinações da matéria seca da parte aérea e das raízes e avaliações da nodulação para as leguminosas. Para algumas gramíneas e leguminosas foram feitas determinações dos teores de fósforo e nitrogênio na parte aérea; para o cafeeiro foram feitas determinações de fósforo apenas. Todas as espécies de micorrizas induziram infecção em pelo menos uma das plantas e todas as plantas apresentaram-se infectadas por uma ou outra espécie de fungo. No Latossolo Roxo, onde oito espécies de micorrizas foram testadas em siratro (Macroptilium atropurpureum), apenas Gigaspora heterogama não determinou infecção, num período de 75 dias que durou o ensaio e as espécies mais eficientes foram Glomus macrocarpus e Glomus fasciculatus. Num experimento conduzido em Latossolo Vermelho Amarelo, onde quatro espécies de fungos micorrízicos (G. macrocarpus, G. fasciculatus, Acaulospora laevis, Gigaspora margarita) foram comparadas em quatro espécies de gramíneas (Brachiaria decumbens, Setaria anceps e as cultivares "petri" e "wurth" de Panicum maximum) e cinco de leguminosas (M. atropurpureum, Glycine wightii, Calopogonium mucunoides, Galactia striata e Centrosema pubescens) um fator adverso (possivelmente manganês no solo em níveis tóxicos) retardou o desenvolvimento das plantas e interferiu no teste, particularmente na infecção em algumas combinações fungo-planta. Assim, Acaulospora laevis não causou infecção em nenhuma das plantas G. margarita e G. fasciculatus não infectaram as gramíneas. A espécie G. macrocarpus, por outro lado, além de infectar todas as gramíneas e, praticamente, todas as leguminosas (exceção da galactia) foi a que sistematicamente promoveu os maiores aumentos da matéria seca das leguminosas que infectou, em termos de valores absolutos. Aparentemente esta espécie de fungo foi mais tolerante às condições adversas do solo neste experimento e, consequentemente, apresentou maior eficiência. Por outro lado, o cafeeiro não foi infectado por G. macrocarpus num solo semelhante, também Latossolo Vermelho Amarelo. Gigaspora margarita, que se mostrara ineficiente nas gramíneas e leguminosas, foi a mais eficiente em cafeeiro. G. heterogama que não infectou o siratro apresentou infecção no cafeeiro, mas não promoveu aumento da produção de matéria seca. No segundo experimento com duas leguminosas (C. mucunoides e M. atropurpureum) e duas gramíneas (P. maximum e B. decumbens) no mesmo LV, porém, com adubação fosfatada, não foi verificada infecção com G. margarita em nenhuma das espécies. Altos níveis de infecção correspondendo a aumentos na produção de matéria seca só foram observados nas leguminosas, no tratamento de infecção com G. macrocarpus. Este mesmo fungo promoveu ligeira infecção nas gramíneas, ao que não correspondeu aumento de produção. Uma correlação entre matéria seca da parte aérea e percentagem do comprimento da raiz com infecção foi verificada em siratro e em cafeeiro. Porém, apesar da significância, os pontos experimentais apresentaram grande dispersão da curva calculada para descrever a relação. A presença do fungo nas raízes é obviamente uma condição para que a planta se beneficie, mas a extensão dos benefícios não parecem estar dependentes da extensão da infecção. É possível que a quantidade de micélio externo esteja melhor relacionada com os benefícios à planta, mas isso não foi ainda demonstrado. A presença de certos fungos nas raízes das leguminosas (G. macrocarpus e G. fasciculatus) e do cafeeiro (G. margarita e G. fasciculatus) promoveram aumentos no desenvolvimento das plantas. Os teores e quantidades totais de fósforo no cafeeiro e também nas leguminosas foram significativamente maiores nas plantas que se beneficiaram das infecção, do que nas plantas testemunhas não infectadas. A concentração de nitrogênio na Brachiaria, mas não em Panicum foi significativamente maior no tratamento de inoculação com G. macrocarpus do que no controle, apesar da infecção irrisória que foi detectada nas raízes das plantas. No geral, as leguminosas apresentaram índices bem maiores que os das gramíneas. Entre as gramíneas somente a Brachiaria deixou-se infectar por outras espécies de micorrizas, além de G. macrocarpus, mostrando-se portanto mais susceptível à infecção que as demais gramíneas estudadas, nas condições destes experimentos. Estas e outras aparentes relações de especificidade que foram observadas, tanto a nível de infecção, como de eficiência não devem ser interpretadas corno resultado de uma interação simples planta-fungo, mas sim como resultado da interação mais complexa solo-planta-fungo. Aparentemente a interação planta-fungo é facilmente sujeita a alterações por pequenas variações nas condições de solo. Foi observado que algumas espécies de fungo (G. macrocarpus) são mais tolerantes a variações nas condições de solo. Esta espécie de fungo é recomendada para experimentos de campo com leguminosas. Os resultados contrastantes obtidos com o cafeeiro, G. macrocarpus e G. margarita, em comparação com os das leguminosas indicam que para algumas associações a planta desempenha um papel maior na definição da melhor combinação solo-planta-fungo para promover o seu maior desenvolvimento. Gigaspora margarita é a espécie de fungo micorrízico que se recomenda para estudos de inoculação do cafeeiro em campo. |