Dinâmica biogeoquímica do carbono em ambientes fluviais de águas lênticas da Amazônia Oriental (FLONA de Caxiuanã, Pará)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Melo, Daniel Marcos Bentes de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/91/91131/tde-14022012-165922/
Resumo: A dinâmica do carbono, nas fases orgânica, inorgânica e gasosa, foi analisada em um ponto na Baía de Caxiuanã e em três pontos no seu afluente Rio Curuá (porções superior, intermediária e inferior) um sistema fluvial de escoamento lento na Amazônia Oriental (Brasil estado do Pará) durante 31 campanhas, de janeiro de 2007 até dezembro de 2009. O objetivo foi avaliar mudanças intra e inter-anuais como função da hidrologia neste preservado rio de água preta. Medições em diferentes profundidades mostraram a formação de estratos físico-químicos, evidenciando o aspecto lêntico nos setores médio e baixo do rio Curuá, com eventos de concentrações extremamente baixas de oxigênio dissolvido durante o período de cheia, como conseqüência da entrada de insumos e da decomposição da matéria orgânica dos ecossistemas terrestres. Devido a esse aspecto, o DOC foi a forma dominante das fases orgânica e inorgânica do carbono, mostrando positiva e significativa correlação com o nível do rio, como resultado de um grande controle de entrada de insumos laterais. As formas particuladas orgânicas não mostraram as mesmas características em nenhum ponto, provavelmente em função da reduzida corrente de água que permite a rápida deposição desses materiais logo após sua entrada no sistema fluvial. As concentrações mais elevadas de CPOC e FPOC observadas na Baía de Caxiuanã parecem ser um sinal da presença de comunidade de fitoplâncton assim como da influência do vento, que ressuspende os sedimentos de fundo nesse ambiente. A concentração de dióxido de carbono exibiu altos valores comparados com a atmosfera, ratificando a bem conhecida característica heterotrófica dos rios amazônicos. Além disso, os baixos níveis de oxigênio observados induziram o consumo de matéria orgânica por bactérias anaeróbias, resultando em altas concentrações de metano, como observado no setor médio do rio Curuá. Assim como ocorreu com as formas particuladas orgânicas, os aspectos ecológicos e geológicos singulares da Baía de Caxiuanã distinguem seu habitat pelos baixos valores de dióxido de carbono quando comparados com a atmosfera, revelando um ambiente com diferente dinâmica biogeoquímica.