Estabelecimento e caracterização de modelo xenotransplantável de mastocitoma canino para estudo de antineoplásicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Nagamine, Márcia Kazumi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10133/tde-25062012-091331/
Resumo: O mastocitoma é um dos mais freqüentes neoplasmas que acometem a pele do cão, e novas modalidades terapêuticas vêm sendo buscadas visando seu controle. O presente trabalho descreve o estabelecimento e caracterização do modelo xenotransplantável de mastocitoma canino para testes de substâncias com potencial antineoplásico in vitro e in vivo. O animal doador da amostra tumoral apresentava um mastocitoma grau 3. O mastocitoma canino foi estabelecido com sucesso nos camundongos atímicos BALB/c nu/nu. O tumor apresenta as mesmas características histológicas do fragmento tumoral daquele do animal doador ao longo das passagens. Em média, 7 dias a 3 semanas são necessários para o aparecimento do nódulo palpável e cerca de 60 dias para o volume tumoral alcançar mais de 500 mm3. O cultivo celular das células de mastocitoma canino se mantém por aproximadamente 1 mês, às vezes mais, mas o tempo de cultivo é limitado. Há perda progressiva das características iniciais de cultivo como perda de granulação, aumento de adesão e diminuição de células em suspensão. A seguir, foram realizados testes in vitro e in vivo neste modelo com as substâncias de origem natural epigalocatequina-3-galato (EGCG, principal composto do chá-verde), tricostatina A (TSA, produto metabólico da bactéria Streptomyces sp) e resíduo butanólico da Pfaffia paniculata (RBPP) (Ginseng brasileiro). Nas doses utilizadas, a EGCG mostrou efeito estimulatório, não tendo sido testada in vivo. A TSA e o RBPP apresentaram efeitos inibitórios sobre as células de mastocitoma canino in vitro com diminuição da viabilidade celular detectada com o corante vital Azul de Tripan e diminuição do crescimento celular avaliada com o ensaio do MTT. A avaliação morfológica das células pela coloração Laranja de Acridina/Brometo de Etídio mostrou vários debris celulares e células apoptóticas no tratamento com TSA, e alterações morfológicas como vacuolização nas células tratadas com RBPP, incluindo células apoptóticas. A avaliação do ciclo celular avaliada por citometria de fluxo mostrou aumento das células em fase sub-G1 nas células tratadas com TSA, e diminuição nas fases G1 e G2, e aumento nas fases sub-G1 e S no tratamento com RBPP. As substâncias foram então testadas no modelo xenotransplantável de mastocitoma canino. Apesar do marcante efeito inibitório da TSA nos ensaios in vitro, o mesmo não aconteceu in vivo com as doses investigadas, não demonstrando diferença em relação ao controle. Já o RBPP mostrou efeito inibitório com a dosagem de 1,5 mg/animal com tratamento intratumoral no modelo in vivo. Estes dados mostram que o modelo estabelecido é estável e viável e a importância da complementação com os ensaios in vivo para a confirmação dos efeitos observados in vitro.