Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Schwab, Sarah Pereira Cazella |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17165/tde-06052022-155605/
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Resumo: |
Introdução: Dados recentes apoiam a hipótese que o citomegalovírus (CMV) é um patógeno importante durante a doença crítica. Há vários estudos em adultos gravemente doentes imunocompetentes mostrando associação entre infecção ativa do CMV e piores desfechos na unidade de terapia intensiva (UTI). Entretanto, há poucos dados sobre a frequência e os efeitos da infecção ativa pelo CMV em crianças gravemente enfermas. Objetivos: Descrever a prevalência, as características clínicas e o desfecho das crianças internadas no Centro de Terapia Intensiva Pediátrico (CTIP) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (HCFMRP-USP) que apresentaram infecção ativa do CMV, comparar o grupo de sobreviventes com aqueles que evoluíram a óbito e investigar fatores de risco de mortalidade. Metodologia: Estudo de coorte retrospectivo de pacientes de 0 a 18 anos, internados no CTIP do HCFMRP-USP com infecção por CMV confirmada pela detecção do agente em sangue ou aspirado traqueal, no período de 01 de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2019. Foram excluídos os casos suspeitos, mas sem confirmação do agente etiológico e casos com confirmação da infecção anteriormente à internação na UTI. Foi realizada a revisão dos prontuários médicos e o preenchimento da ficha de levantamento de dados demográficos, clínicos e laboratoriais. A gravidade da doença foi classificada pelo escore Pediatric Risk of Mortality (PRISM) e a disfunção orgânica foi avaliada pelo escore Pediatric Logistic Organ Dysfunction (PELOD). Para identificar fatores de risco de mortalidade, riscos relativos (RR) e intervalos de confiança (IC) de 95% foram obtidos após o ajuste de modelos de regressão log-binomial, considerando PELOD como covariável. Curvas ROC (Receiver Operating Characteristics) foram construídas para avaliar a capacidade das cargas virais no sangue e aspirado traqueal de predizer o óbito. Resultados: No período do estudo, foram internadas 6359 crianças em ambas as unidades de terapia intensiva pediátricas do HCFMRP-USP; 39 casos confirmados de infecção ativa do CMV foram incluídos no estudo, o que corresponde à prevalência de 0,6%. Todos, exceto um paciente, foram submetidos à ventilação mecânica. Os pacientes foram divididos nos grupos: óbito (n=12) e sobrevida (n=27). A maioria dos pacientes que sobreviveram (85%) tinha idade menor que 36 meses, enquanto que mais da metade dos que morreram (58,3%) tinham mais do que 36 meses (p=0,02). Não houve diferença entre os grupos em relação ao sexo ou à presença de broncodisplasia, prematuridade, imunodeficiência e cardiopatia. Todos os pacientes que sobreviveram receberam tratamento antiviral por mais de 10 dias, enquanto 72,7% dos que morreram foram tratados por mais de 10 dias (p=0,045). Os pacientes que morreram tiveram maiores pontuações do escore PELOD do que os que sobreviveram (mediana 7 vs. 5, respectivamente) (p=0,046). Não houve diferenças significativas no tempo de internação e tempo de ventilação mecânica entre os grupos. A idade maior que 36 meses foi fator de risco independente de óbito (RR ajustado 3,53; IC 95% 1,12-11,13). As cargas virais tiveram baixa sensibilidade e especificidade para a predição de óbito. Conclusões: A prevalência de infecção ativa do CMV em pacientes internados no CTIP do HCFMRP-USP de 2009 a 2019 foi de 0,6%. Os pacientes que morreram tiveram maiores escores de disfunção orgânica que aqueles que sobreviveram. Idade maior que 36 meses foi fator de risco independente de óbito em crianças gravemente doentes com infecção ativa pelo CMV. |