Aminoácidos de cadeia ramificada: consumo dietético e associação com fatores de risco cardiometabólicos em residentes de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Pallottini, Ana Carolina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6138/tde-02082017-145210/
Resumo: Introdução: Os aminoácidos de cadeia ramificada (ACR) compreendem três aminoácidos essenciais tais como, leucina (Leu), isoleucina (Ile) e valina (Val). Estes aminoácidos desempenham um papel importante no corpo humano, como a produção de energia, síntese de proteínas e de muitos neurotransmissores. São escassos os estudos que investigam o consumo de ACR e sua associação com as doenças cardiometabólicas. No entanto, estudos metabolômicos sugerem que os ACR encontrados no plasma podem ser preditores de doenças cardiometabólicas. Objetivos: Avaliar a ingestão de aminoácidos de cadeia ramificada (ACR), leucina (Leu), isoleucina (Ile) e valina (Val) e sua associação com fatores demográficos, socioeconômicos e estilo de vida, e com fatores de risco cardiometabólicos. Metodologia: Os dados foram provenientes do Inquérito de Saúde de São Paulo, estudo transversal de base populacional com amostra representativa de residentes do município de São Paulo, de ambos os sexos e com idade igual ou superior a 12 anos. O consumo alimentar foi avaliado por meio de dois recordatórios de 24 horas, não consecutivos. Utilizou-se um questionário estruturado para obter informações socioeconômicas, demográficas e de estilo de vida. Também foram coletadas amostras de sangue, pressão arterial, o peso, a estatura e circunferência da cintura dos indivíduos. Os analitos avaliados foram glicemia plasmática de jejum, triacilgliceróis (TG), lipoproteína de alta densidade (HDL), lipoproteína de baixa densidade (LDL), colesterol total (CT), proteína C reativa ultrassensível (PCRu), homocisteína e leptina séricas (LEP). As análises estatísticas foram realizadas utilizando o software Stata®, versão 13 com nível de significância de 0,05. Resultados: A ingestão total de ACR foi de 217,14 mg / kg×d (Leu: 97,16 mg / kg×d, Ile: 56,44 mg / kg×d, Val: 63,54 mg / kg×d). Em adolescentes a ingestão de ACR foi negativamente associada ao sexo feminino e a raça autodeclarada não branca. Nos adultos a ingestão de ACR foi negativamente associada ao sexo feminino e fumantes. A renda familiar per capita foi positivamente associada nos adolescentes e adultos. E não foram observadas associações no grupo de idosos. Os principais alimentos contribuintes para a ingestão de ACR foram carne vermelha não processada, aves não processadas, pão e torrada, feijão e arroz. Após o ajuste para potenciais fatores de confusão, o maior consumo de ACR total para o grupo de adultos e idosos (OR = 1,89, 95 por cento IC = 1,09 - 3,27), leucina (OR = 1,93, 95 por cento IC = 1,11 - 3,35), isoleucina (OR = 2,09, 95 por cento IC = 1,23 - 3,54) e valina (OR = 1,98, 95 por cento IC = 1,17 - 3,32) foram positivamente associados com hipertensão. E o mesmo foi observado para o modelo ajustado entre o maior consumo de ACR total (OR = 2,06, 95 por cento IC = 1,18 - 3,59), leucina (OR = 2,08, 95 por cento IC = 1,20 - 3,59), isoleucina (OR = 1,93, 95 por cento IC = 1,10 - 3,39) e valina (OR = 1,98, 95 por cento IC = 1,14 - 3,42) com hipertrigliceridemia. Conclusão: Os adolescentes e os adultos foram os grupos que mais se associaram a ter a ingestão de ACR influenciada por fatores demográficos, socioeconômicos e de estilo de vida. Dentre os fatores de risco cardiometabólicos, destacaram-se a hipertensão e a hipertrigliceridemia como fatores positivamente associados com o maior consumo de ACR total, leucina, isoleucina e valina. Esses resultados reforçam a importância da investigação do limite tolerável de ingestão dos ACR, bem como sua associação nos diferentes desfechos em saúde.