Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Gonçalves, Luciano de Jesus |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8149/tde-29062023-125238/
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Resumo: |
De difícil apreensão no tempo e espaço, a figura errante de Samuel Rawet desafia leitores, pesquisadores e curiosos. Ao longo de sua recepção crítica, alguns dados foram consolidados por pesquisas, estudos e entrevistas suas. Por isso, a tese parte das relações intelectuais mantidas por Rawet no período anterior à publicação de Contos do imigrante (1956). O conjunto de dados revela uma atuação acentuada no teatro carioca nos idos de 1940 e 1950, especialmente nos textos publicados na extinta Revista Branca. Ainda nesse aspecto, estão imbricadas outras relações afetivas e editoriais, a exemplo da contribuição paralela mantida na Crônica dos Novos e, mais tarde, um litígio contra a Editora Bloch, além da presença em coletâneas e antologias que atravessam a vida editorial de Rawet, o que denota processos de parcerias e circulação. Por meio de elementos textuais e paratextuais, o primeiro capítulo reconstrói essas cinco dimensões biografemáticas para entender Rawet como uma figura eminentemente teatral. No segundo capítulo, recolhe-se sua produção na Revista Branca, a evidenciar o interesse pelo teatro em nove dos doze textos ali publicados. Trata-se de produção quase toda inédita em livro, com estabelecimento e notas, que situa Rawet no debate inicial em torno do nascimento do teatro moderno no Brasil. No terceiro capítulo, como linhas de força desse conjunto crítico, três figuras se sobrepõem: Machado de Assis, Oswald de Andrade e Nelson Rodrigues. A tríade reforça a vinculação de Rawet nas dimensões historiográficas, jornalísticas e criadoras de uma crítica teatral que se ocupava de seu tempo e de outras épocas, como prova o interesse de Rawet por Sófocles e Tchekhov e pelas discussões sobre as formas teatrais. A homenagem a Ziembinski, num ensaio-necrológio publicado no Correio Brasiliense, os manuscritos conservados de peças teatrais, as notas fiscais de livrarias, a correspondência com o editor Wladyr Nader, materiais resguardados no espólio do escritor no Acervo-Museu de Literatura Brasileira da Casa de Rui Barbosa, desmentem a postura pública de um escritor que, em certa altura, passou a renegar o teatro. Quase como um trickster, Rawet despistava a crítica dizendo ter rasgado todas as suas peças teatrais. A partir desse corpus, afirma-se que Rawet nunca abandonou o teatro e morreu tentando publicar sua dramaturgia. Ou seja, o Rawet-criador constrói uma produção com vistas a atingir o que Machado de Assis definiu como Crítico do Futuro. |