Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Ferracioli, Natália Gallo Mendes |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59141/tde-10112023-151310/
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Resumo: |
Repercussões psicossociais da pandemia da COVID-19 podem elevar a vulnerabilidade dos indivíduos ao comportamento suicida, gerando demanda para psicólogas(os) clínicas(os). Em decorrência da necessidade de distanciamento físico, as(os) profissionais tiveram que se adaptar à modalidade online, muitas(os) sem qualquer experiência prévia. A psicoterapia mediada por Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) era considerada inadequada para pessoas e grupos em situação de urgência e emergência, nas quais se enquadram os indivíduos que apresentam ideação e/ou tentativas de suicídio, mas para favorecer a atuação das(os) psicólogas(os) durante a pandemia, esta restrição foi provisoriamente suspensa pelo Conselho Federal de Psicologia. Considerando-se essas questões, realizou-se um estudo qualitativo, exploratório, longitudinal, com base no referencial metodológico da Teoria Fundamentada nos Dados (TFD) construtivista, cujo objetivo foi compreender as percepções de psicólogas(os) sobre a psicoterapia online a pacientes com comportamento suicida durante a pandemia de COVID-19, buscando, ainda, construir uma TFD acerca da experiência. Participaram dez psicólogas(os) clínicas(os) residentes no estado de São Paulo, com idades entre 29 e 69 anos e possuindo de quatro a 30 anos de experiência profissional no início da pesquisa, as(os) quais ofereceram psicoterapia online a pacientes com comportamento suicida durante a pandemia. As(os) profissionais foram entrevistadas(os) através de plataformas de videoconferência em dois momentos distintos do cenário epidemiológico, com intervalo de aproximadamente dois anos. As entrevistas foram transcritas na íntegra e literalmente pela pequisadora, perfazendo um total de 243 páginas, as quais foram analisadas de acordo com os pressupostos da TFD construtivista. Na codificação inicial foram gerados 1053 códigos que, a partir de comparação constante entre todos os elementos da análise de dados conduziram à codificação focalizada de três categorias: (1)Vivenciando a pandemia e suas repercussões na vida pessoal; (2)Adaptando-se ao atendimento online; (3)Manejando o comportamento suicida de forma remota. A partir do aprofundamentos das análises construíram-se duas TFDs: (1)\"Da fragilidade ao vigor: adaptação de psicólogas(os) ao atendimento psicoterapêutico online na pandemia de COVID-19\", a qual versa sobre as mudanças, dificuldades e benefícios percebidos pelas(os) psicólogas(os) com a transição para os atendimentos online em geral; (2)\"Estradas principais e vias de acesso: desbravando caminhos promissores da psicoterapia online a pacientes com comportamento suicida\", que explicita especificidades e desafios da psicoterapia online a pacientes com comportamento suicida, bem como estratégias para conduzir o processo à distância. Concluiu-se que, no contexto da pandemia, a prática da psicoterapia passou por um processo de renovação, fortalecendo-se, o que sinaliza a perspectiva promissora e fecunda da mediação por TIC, inclusive no atendimento a pacientes com comportamento suicida. Ainda que a utilização das tecnologias digitais para esta finalidade específica apresente desafios adicionais, verifica-se que ela é viável e, em situações particulares e com os devidos cuidados, pode assumir um papel crucial, o que a torna um recurso adicional para a prevenção do suicídio e promoção de saúde mental. |