A aprendizagem da ortografia sob o viés das práticas interativas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Vidal, Elaine Cristina Rodrigues Gomes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-23062021-134008/
Resumo: Considerando que a aprendizagem da língua escrita, para além da reflexão discursiva, depende da elaboração de aspectos notacionais, e que a interação em sala de aula afeta esse processo, esta pesquisa teve como objeto a aprendizagem da ortografia, contemplando a progressão dessa aquisição em dois eixos de abordagem: a interação da criança com o adulto e a interação entre pares de alunos. Valendo-se do referencial teórico dos estudos psicogenéticos e histórico-culturais (a concepção das crianças como sujeitos ativos e protagonistas da aprendizagem; a língua como prática social; e a aprendizagem como construção do indivíduo na relação com as experiências vividas), esta investigação assumiu o objetivo de analisar o modo como a aprendizagem da ortografia se constitui e como, em diferentes momentos, as práticas interativas podem gerar possibilidades de reflexão. Para tanto, o estudo de caso longitudinal, feito com alunos de uma escola privada em Santos/SP, contemplou cinco etapas entre o 2o e o 4o ano do Ensino Fundamental, período em que a aprendizagem da escrita convencional passa a ser um dos principais focos de reflexão dos alunos. A coleta de dados foi realizada com base na escrita de ditados de palavras e nas reescritas de textos, considerando-se tanto o processo como o produto dessas atividades. Os dados demonstraram que as crianças progridem no desempenho ortográfico conforme avançam na escolaridade, apropriando-se das regularidades diretas, regularidades contextuais e irregularidades da escrita geralmente nessa ordem. Na interação com o adulto, a análise das referências usadas para a correção da escrita revelou quatro categorias: a escrita justificada pela pauta sonora, a validação da ortografia com base em alguém mais experiente (um interlocutor autorizado), o apoio na imagem visual da palavra e a evocação da norma ortográfica. Já nas interações entre as crianças, verificaram-se diferentes graus de reflexão pautados por situações de conflitos, situações de centralização dos encaminhamentos por um aluno e situações de acordos pautados em critérios linguísticos ou em acordos sociais. A comparação entre os tipos de produção revelou que os alunos obtiveram melhores resultados ortográficos nos ditados de palavras do que nas reescritas de textos. A partir da compreensão sobre a aprendizagem da ortografia e sobre o potencial das situações interativas nesse processo, foi possível vislumbrar implicações pedagógicas que sugerem a revisão de práticas de ensino.