Análise dos efeitos de agrotóxicos à base de imidaclopride e de abamectina sobre embriões de zebrafish (Danio rerio)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Santiago, Magda Regina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5135/tde-11112021-121855/
Resumo: Os países tropicais continuam aumentando o uso de agrotóxicos e fertilizantes, sendo o Brasil considerado um dos maiores consumidores de agrotóxicos do mundo, em termos de quantidade. Agrotóxicos formulados com o imidaclopride e com abamectina são bastante utilizados no Brasil. O imidaclopride além de ser registrado para várias hortaliças, também é para cana-de-açúcar, citros, feijão. A abamectina além de hortaliças, para algodão, citros, café, feijão, sendo o principal produto registrado utilizado na cultura do morango no país. A maioria dos estudos são convencionalmente realizados com ingredientes ativos de agrotóxicos isolados, mas deveriam abranger riscos potenciais com o panorama ambiental em que aparecem vários ingredientes ativos juntos, interagindo simultaneamente expressando o que ocorre na agricultura. O objetivo central deste estudo foi avaliar a toxicidade de dois ingredientes ativos formulados isoladamente e em mistura a embriões de zebrafish (Danio rerio, Hamilton- Buchanam, 1822). Para tanto, utilizou-se o FET test da OECD (2013) para o imidaclopride nas concentrações 0,0001 mg.L-1, 0,001mg.L-1, 0,01 mg.L-1, 0,1 mg.L-1 e 1,0 mg.L-1 e abamectina nas concentrações 0,5 mg.L-1, 1,1 mg.L-1, 2,4 mg.L-1, 5,3 mg.L-1 e 11,7 mg.L-1 testados isoladamente e em misturas com concentrações inferiores a concentração letal a 50% dos embriões (CL50/2, CL50/10, CL50/100 e CL50/1000). Avaliamos os desfechos de mortalidade preconizados pelo FET test, isto é, coagulação dos ovos, falta de formação de somitos, falta de desprendimento da cauda do saco vitelínico e falta de batimento cardíaco. Consideramos como efeitos subletais o atraso no desenvolvimento, malformações e presença de edemas. Os resultados para imidaclopride indicam que a maior mortalidade observada para a substância foi de 40%, prejudicando o cálculo da CL50, sendo que foi observada uma curva de mortalidade em U invertido, ou seja, no decorrer das 96 hpf a mortalidade aumenta até dada concentração e, depois a concentrações mais altas, a mesma diminuiu. Identificamos, pela primeira vez, a possível atividade de desregulação endócrina do imidaclopride, abrindo um novo caminho para futuros experimentos no campo da endocrinologia ambiental. No estudo da abamectina a pesquisa aponta principalmente falta de movimento dos embriões de 24 horas pós fertilização (hpf) até 48 hpf. Na abamectina a mortalidade em geral cresceu com o aumento da concentração no ingrediente ativo, inclusive nas misturas. Tanto nos produtos em estudo individualmente como em mistura foram constatados efeitos subletais, sendo os mais tóxicos atribuídos à abamectina isoladamente, atingindo valores acima de 25% para malformações e edemas. O FET teste apresenta-se como um teste viável para screening inicial de formulações, antes de se recorrer ao zebrafish adulto e animais de maior porte