Resposta da assembleia de aves ao planejamento da paisagem em florestas plantadas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Melo, Renata Siqueira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11150/tde-24082017-133547/
Resumo: Como ampliar a oferta de serviços ecossistêmicos em áreas de produção agrícola tem sido um debate bastante atual, já que as áreas protegidas parecem não serem suficientes para garantir, por exemplo, a conservação da biodiversidade. Dentre as comunidades biológicas afetadas pelas áreas de produção, estão as aves, as quais demonstram rápida resposta às mudanças na paisagem. Este estudo teve como objetivo compreender como o planejamento da paisagem em áreas de florestas plantadas de rápido crescimento pode influenciar a diversidade funcional da assembleia de aves. Para tanto, áreas com matriz composta por florestas plantadas de eucalipto no Estado do Espírito Santo e sul da Bahia, foram divididas em Unidades de Planejamento da Paisagem (UPP). Dados secundários de levantamentos de aves realizados durante os anos de 2005 a 2010 foram utilizados. As espécies de aves registradas foram caracterizadas por quatro traços funcionais, a guilda trófica, o extrato de forrageio, o habitat e a massa corporal média. A partir de então, foram calculadas três índices independentes para representar a diversidade funcional: riqueza funcional (FRic), equitabilidade funcional (FEve) e divergência funcional (FDiv). Para a obtenção das métricas da paisagem, foi empregado o mapa de uso do solo referente ao ano de 2010, com base no qual calculou-se a diversidade de clones (IDCL) e de idades (IDID) para as áreas de florestas plantadas, e, para as áreas destinadas à conservação, a diversidade de tipologias vegetais (IDNAT), a proporção de áreas destinadas à conservação (IPANP), a densidade de borda (IDBRD), a proporção de área nuclear (IPAC), a proximidade da vegetação nativa (IPNAT) e o valor de importância ecológica (IVAN). Posteriormente, a estes dois grupos de variáveis, diversidade funcional e métricas da paisagem, foram aplicados a análise de correlação e regressão linear simples. Os levantamentos de aves registraram 218 espécies, as quais totalizaram 3455 indivíduos. Os insetívoros foram os indivíduos mais expressivos para a guilda trófica, para o traço estrato de forrageio, os indivíduos que utilizam exclusivamente o dossel foram os mais abundantes e o hábito de vida exclusivamente florestal predominou nas paisagens estudadas. Foi encontrada relação significativa entre os índices de diversidade funcional de aves e, ao menos, uma das métricas da paisagem. Assim, quanto maior o IPAC maior é a diversidade de funções desempenhadas pela assembleia de aves na paisagem (FRic). O IDNAT mostrou-se negativamente correlacionado com FEve, o que indica que uma maior diversidade de áreas destinadas à conservação proporciona uma variedade desproporcional entre funções e abundâncias na assembleia de aves. Ainda, as assembleias de aves são mais divergentes (FDiv), havendo menor competição por recursos, quando os fragmentos florestais estão mais próximos (IPNAT) e possuem maior importância ecológica (IVAN). Dentro desse contexto, os componentes da diversidade funcional da assembleia de aves são influenciados pela estrutura da paisagem com matriz composta por florestas plantadas de rápido crescimento, e, as ações que promovam a diversidade funcional de aves deve se dar na escala da paisagem, de forma que produção e conservação estejam presentes em uma mesma unidade de paisagem complexa.