Percepção de radiações ionizantes por insetos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1980
Autor(a) principal: Campanhola, Clayton
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11133/tde-20220207-175728/
Resumo: Com este trabalho procurou-se constatar a existência de percepção de radiações ionizantes por insetos e esclarecer sobre o mecanismo através do qual ela se processa. Outro objetivo é averiguar se a percepção induz a um afastamento dos insetos da fonte radioativa, evidenciando uma proteção aos danos causados pelas radiações ionizantes, ou se o estímulo de comportamento é similar àquele provocado por radiações luminosas. Como fontes de radiações gama utilizou-se o 60Co e o 241Am, estando a fonte de 60Co com 0,435 mCi e a de 241 Am com 99,68 mCi de atividade. Os insetos adultos das espécies Acanthoscelides obtectus (Say, 1831), Zabrotes subfasciatus (Boh., 1833), Callosobruchus analis (Fabr., 1775), Sitophilus oryzae (L., 1763), Ephestia cautela (Walker, 1864), Tribolium castaneum ( Herbst, 1797), Ceratitis capitata (Wied., 1824) e operárias de Atta bisphaerica Forel, 1908 e Camponotus rufipes (Fabr., 1775) foram utilizados nos seguintes tratamentos: exposição às radiações do 60Co e 241Am e ausência de exposição (testemunha). Os insetos, num total de aproximadamente 50 por repetição, foram liberados na região central de uma arena de madeira branco opaco dividida em 3 setores de mesma área, com 60,0 cm de diâmetro e 7,5 cm de altura, coberta com telado de náilon. Efetuaram-se 5 repetições por trata menta e a distribuição dos insetos foi avaliada por meio de fotografias tiradas a 15, 30, 45 e 60 minutos após a soltura. As espécies Zabrotes subfasciatus (Boh., 1833), Acanthoscelides obtectus (Say, 1831), Callosobruchus analis (Fabr., 1775), Tribolium castaneum ( Herbst, 1797), Camponotus rufipes (Fabr., 1775), Ceratitis capitata (Wied., 1824), Atta bisphaerica Forel, 1908 não apresentaram respostas comportamentais passíveis de generalizações em relação as radiações gama do 241Am e 60. Porém, as espécies Sitophilus oryzae (L., 1763) e Ephestia cautela (Walker, 1864) apresentaram alguma resposta às radiações gama do 241Am, a qual foi da mesma natureza que a provocada pela luz, ou seja, tatismo negativo. Concluiu-se que as radiações ionizantes podem ser detectadas pelos insetos ou por estimulo visual direto, ou por estímulo visual através de produção de radiações Cerenkov, resultantes da interação das radiações com outro componente ocular, de maior índice de refração que a água. E também que, na percepção de radiações ionizantes pelos insetos, a atividade da fonte radioativa foi relevante em comparação com a energia das radiações emitidas pela mesma ou, em outros termos, o que importa é a dose absorvida de radiações.