Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Machado, Ligia Rebelato |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/93/93131/tde-26052022-114735/
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Resumo: |
As obras do brasileiro Waltercio Caldas são um convite à desconfiança. Envolto pelo desejo de criar objetos cujo caráter inédito seja capaz de surpreender o olhar, o artista traz à tona um raro instante: aquele que antecipa o objeto ao seu nome. Levando-se em conta o espectador diante do desconhecido, aspecto que garante à obra o momento privilegiado de sobreviver de sua própria energia de aparecer, colocam-se as seguintes questões: do ponto de vista da significação do percebido, o que se oculta na própria energia de aparecer desses objetos? Que possibilidades abrem-se ao observador frente ao desafio de lidar com um processo de elaboração de significações, cuja instauração não se dá a princípio por meio de associações por semelhança entre as formas então apresentadas e as já por ele conhecidas? Na tentativa de se jogar certa luz sobre o tema, a presente pesquisa proporá uma aproximação entre os aspectos velados sob as formas irreconhecíveis desses objetos e o processo de elaboração de significação do percebido compreendido sob a perspectiva da fenomenologia merleau-pontiana, tendo como ponto norteador a ideia de que a semelhança é um fator resultante e não motivante da percepção. Assim, esse recorte fenomenológico parece mostrar-se fértil para se investigar como o fluxo contínuo de expressão criadora, inerente ao fenômeno perceptivo, pode instaurar-se diante de obras que, por resistirem à nomeação, permeiam uma aparente ausência de sentidos. E a partir das singularidades afloradas no corpo do observador em meio a esse processo, e da possibilidade, como apontado por Merleau-Ponty, de se compreender o mundo como um meio através do qual o sujeito possa reencontrar não apenas seu corpo, mas a si próprio, buscar-se-á abrir caminho para a seguinte reflexão: em que medida a ressignificação da realidade proposta por Caldas, ao levar, através da dúvida, as expectativas a dimensões improváveis, poderia colocar o espectador em uma posição ativa no processo de percepção não apenas das coisas que o cercam, mas também de si perante o mundo. |