Fontes de crescimento e sistema produtivo da orizicultura no Mato Grosso.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Almeida, Paulo Nazareno Alves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
soy
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-24052004-142414/
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo descrever o sistema produtivo e quantificar as fontes de crescimento da orizicultura no Mato Grosso, em competição com a cotonicultura, a milhocultura e a sojicultura, no período de 1980 a 2001. Nota-se grandes avanços tecnológicos empregados na cultura do arroz sob o sistema terras altas, diminuindo a diferença produtiva entre este e o arroz irrigado. Diante destas alterações e da carência de informações no tocante ao cultivo de terras altas, são necessários estudos que demonstrem essas alterações de forma sistematizada. Utilizou-se a metodologia "shift-share" na mensuração das fontes de crescimento das atividades agrícolas, tendo como fatores explicativos da evolução da produção os efeitos área, rendimento, composição da produção e localização geográfica. As alterações na área cultivada das culturas foram quantificadas pelos efeitos escala e substituição, realizadas na análise individual por cultura. Com enfoque no arroz, as demais culturas estudadas foram o algodão, o milho e a soja, escolhidas por competirem em maior grau com o arroz na ocupação da área agrícola. Apesar das pastagens apresentarem grande relação com a orizicultura, estas não foram incluídas no estudo, devido à ausência de informações referentes à área e ao rendimento para as microrregiões em todo o período. Verificou-se que o arroz de terras altas continua carregando o estigma de abertura de área para domesticação da terra e posterior substituição pela cultura da soja ou pastagens. A orizicultura tem seu uso também relacionado à recuperação de pastagens e rotação com soja. As culturas do algodão e do milho pouco se relacionam diretamente com o arroz, ao contrário da soja e das pastagens. Constataram-se alguns entraves ao desenvolvimento da orizicultura no estado, como a oferta insuficiente de sementes, problemas de mistura varietal na principal variedade cultivada no estado, assim como a falta de estrutura de secagem e armazenagem própria dos produtores, ocasionando dificuldades na comercialização. Todas as culturas analisadas tiveram crescimento da produção de 1980 a 2001. A cultura do arroz apresentou crescimento da produção à taxa de 2,4% a.a., devido aos efeitos rendimento e localização geográfica, enquanto o efeito área foi negativo à taxa de 0,99% a.a.. A cultura do arroz foi a única a ceder área agrícola para as demais culturas (208.003 ha), na década de 1980. Os efeitos composição da produção (4,56% a.a.) e área (4,04% a.a.) foram os mais importantes na explicação do crescimento do valor da produção das culturas no estado no período de 1980 a 2000; os efeitos rendimento e localização geográfica também foram positivos. Esses resultados indicam que o crescimento do valor da produção decorre de uma alteração na composição das culturas, ao se substituir ou aumentar a área plantada com culturas mais rentáveis, e decorre também da incorporação de novas áreas, verificada na década de 1990. A elevação do rendimento (3,83% a.a.) indica o aumento da produtividade das culturas e o efeito localização geográfica (0,72% a.a.) denota a mudança de cultivo para regiões que apresentam melhores condições de cultivo, como solo e condições climáticas.