Análise morfoquantitativa e ultraestrutural dos componentes do plexo mioentérico do intestino delgado de ratos submetidos à dieta padrão de Moçambique nos períodos pré e pós-natal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Marosti, Aline Rosa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-08092016-095400/
Resumo: Admite-se que mais de 40% das crianças são acometidas pela desnutrição crônica em Moçambique (África Oriental). A doença pode estar relacionada, entre outros fatores, à qualidade da dieta que é oferecida à população, já que é bastante precária, pois exibe sérias deficiências de ferro, gordura e, principalmente, proteína animal em sua composição. Essa insuficiência proteica poderia acarretar em prejuízo ao desenvolvimento do organismo, pois a proteína animal é considerada uma boa fonte de aminoácidos essenciais, em decorrência de sua maior digestibilidade e absorção no intestino delgado, quando comparadas às fontes de origem vegetal. Na presente pesquisa foi reproduzida em laboratório, a dieta básica da população de Moçambique (DM), com o objetivo de avaliar seus efeitos nos componentes do plexo mioentérico e na mucosa dos segmentos do intestino delgado de ratos Wistar. Para isso, os animais foram divididos nos grupos Controle, com dieta AIN-93G com adição de 20% de caseína (NN21 e NN42); Dieta de Moçambique (DM21 e DM42) e Dieta Moçambique suplementada, acrescida de 20% de caseína (NM21 e NM42); e grupo Renutrido (RM42), composto por animais do grupo DM21 que, a partir do 22º dia, receberam a dieta NM até atingirem 42 dias de vida. Os segmentos foram coletados e submetidos às técnicas histoquímicas da NADH-diaforase e da NADPH-diaforase para evidenciação de neurônios do plexo mioentérico; histológicas (HE, Picro-sírius, Weigert) para avaliação da parede intestinal, mucosa, gânglios e seu tecido conjuntivo associado; de microscopia eletrônica de varredura (MEV) para observação da estrutura da mucosa; e de microscopia eletrônica de transmissão (MET) para a ultraestrutura dos componentes ganglionares. Estatisticamente, o peso corporal e o comprimento dos animais submetidos à dieta de Moçambique estavam abaixo dos valores encontrados para os animais controle. Na análise qualitativa, observou-se a presença de fibras elásticas, elaunínicas e oxitalânicas, assim como predominância de fibras colágenas do tipo I nos grupos NN42 e DM42, e do tipo III nos grupos NM42 e RM42 ao redor dos gânglios. A mucosa apresentou uma menor área no grupo DM21 com recuperação em DM42, com diminuição da altura das vilosidades nos dois grupos. Foram observadas alterações na organização do retículo endoplasmático rugoso e disposição dos materiais fibrilares e granulares do nucléolo dos animais DM. Sob MEV as vilosidades do grupo DM42 apresentaram superfície mais lisa, com poucas delimitações entre elas. A densidade dos neurônios reativos à NADH diminuiu de 21 para 42 dias em todos os grupos; porém, o DM21 e DM42 apresentou uma maior densidade. Os neurônios reativos à NADPH apresentaram a diminuição da densidade de 21 para 42 dias nos grupos DM e NM, quando comparados ao controle. Assim, conclui-se que a dieta vegetal de Moçambique levou à alterações na morfologia da mucosa, parede intestinal e neurônios entéricos, como uma forma de adaptação à dieta imposta