Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Cunha, Winola Weiss Pires |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-21052021-182819/
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Resumo: |
Ao longo dos últimos anos, mobilizações feministas, antirracistas e pró-LGBTTQIAPN+ têm ocupado as redes e as ruas ao redor do Brasil. Considerando o atual cenário, defendemos que investigar as estratégias discursivas contra-hegemônicas, voltadas para a (des)construção da diferença, presentes no ativismo digital feminista, possa auxiliar a entender o seu papel na formação de uma nova geração política. Para tanto, nesta dissertação voltamos o nosso olhar para vídeos de duas youtubers ativistas (Nátaly Neri e LouiePonto), publicados no primeiro semestre de 2017. São eles: \"HETEROFOBIA E RACISMO REVERSO EXISTEM? | Louie Ponto e Nátaly Neri\"; \"POR QUE VOCÊ É TÃO AGRESSIVA, NÁTALY\" e \"YOUTUBER SÓ FALA MERDA NA INTERNET? Feat. Louie Ponto\"; \"RÓTULOS ME LIMITAM OU ME DEFINEM? | Especial Dia do Orgulho LGBT | Louie Ponto\". Nosso objetivo foi investigar o papel da (des)construção das diferenças a partir do dissenso em suas estratégias argumentativas em vídeos de formação política. Para tanto, desenvolvemos o conceito de Movimentação Epistêmico-Axiológica, uma contribuição teórica de aprimoramento da noção de Posicionamento enquanto estratégia discursiva, conforme definida por Hart (2014) em sua proposta cognitivamente orientada de Análise Crítica do Discurso cognitivamente orientada. Partimos da hipótese de que tal aparato teórico-metodológico multidimensional permitiria aprimorar a visão sobre os mecanismos utilizados na construção de Espaços Discursivos em textos de visada argumentativa (epistêmica ou prática) e compreender de que forma são construídas relações de solidariedade, neutralidade e antagonismo entre comunidades discursivas a partir da disputa entre Alegações e Propostas de Ação. Propomos um modelo de análise centrado em tal processo que nos permitiu investigar a representação do Eu, do Nós e do Outro enquanto objetos do discurso (entidades discursivas) com o apoio de layouts de configuração funcional dos argumentos (TOULMIN, 2006; FAIRCLOUGH; FAIRCLOUGH, 2012; GONÇALVES-SEGUNDO, 2020a). Dessa forma, pudemos reconhecer uma maior variedade de formas de mapear as diferenças tanto entre as entidades discursivas, quanto entre tais entidades e o endo/exogrupo. A partir desse mapeamento, analisamos de que forma as vozes autorais se articulavam ou se opunham a outras vozes ao longo dos textos. Mais especificamente, por meio das análises da Avaliatividade, verificamos o grau de abertura dialógica das vozes autorais em relação à perspectiva do Outro nos pontos de tensão entre os movimentos argumentativos. Com isso, determinamos as mudanças efetuadas na distância relativa entre as entidades e, consequentemente, os tipos de relação sugerida entre as comunidades discursivas às quais elas faziam referência. Em quase todos os vídeos analisados depreendemos instâncias de movimentos de aproximação e afastamento epistêmico-axiológico, exceto naqueles cujos debates se configuraram como instâncias de desacordo profundo (FOGELIN, 2005). Os movimentos foram mobilizados para, respectivamente, amenizar e reforçar, respectivamente, as tensões dialógicas entre os elementos argumentativos considerados como critérios inegociáveis para determinar a filiação ideológica ao endo/exogrupo. Com isso, depreendemos os papéis dos movimentos epistêmico-axiológicos para as práticas de formação política no âmbito do ativismo digital e comprovamos a produtividade do modelo. |