Sobre a micropolítica do pachakuti: histórias de ruptura e retorno do mundo urbano andino contemporâneo (La Paz e El Alto, Bolívia)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Buckingham, Brett Alan
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-03102022-212103/
Resumo: Esta dissertação vislumbra momentos de distintas histórias de vida e questiona, à luz delas, sobre a particularidade do mundo onde elas têm lugar, o mundo andino urbano contemporâneo de La Paz e El Alto, Bolívia. O lugar onde conheci as pessoas que compõem estas páginas foi o centro de medicina ancestral chamado Casa Ajayu. Duas das oficinas hospedadas pela Casa serão objetos de esforço narrativo e analítico, mas os caminhos dos meus interlocutores nos levarão para além das paredes do centro. O primeiro momento deste trabalho abre a questão de como a forma de política comunitária apoiada por projetos coletivos urbanos como a Casa Ajayu implica na relação entre cura, conhecimento e descolonização, bem como na concepção do espaçotempo de transformação mundial chamado pachakuti. O segundo momento busca localizar o entrelaçamento de meus interlocutores na história da migração urbana indígena atendendo às perspectivas daqueles que a herdam, acompanhando suas reflexões sobre os temas de perda, doença e ruptura e da forma de alteridade social associada à vida na cidade. Finalmente, nossa atenção se volta para as reflexões públicas de alguns dos yatiris (em aymara, conhecedores, curandeiros) que foram associadas à Casa, no esforço de identificar os termos pelos quais o retorno, entendido como a restituição de relações com lxs ancestrxs e a recomposição de uma comunidade mais-que-humana capaz de sustentar a própria vida, pode tornar-se uma questão de interesse comum para o público metropolitano