Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
1987 |
Autor(a) principal: |
Strano, Helena Carrascosa von Glehn |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11141/tde-20191108-102227/
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Resumo: |
Visando criar urna alternativa para o aproveitamento da grande quantidade de biomassa de aguapé produzida, seja nos programas de despoluição, seja em reservatórios de usinas hidrelétricas, foi produzido em laboratório e caracterizado um concentrado protéico. Foi testada a eficiência de diferentes agentes na extração e precipitação das proteínas, foi avaliado o rendimento do processo e foram discutidas alterações a serem introduzidas a fim de melhorar o rendimento e a qualidade do produto. O concentrado obtido foi avaliado quanto à qualidade nutricional, pela análise da composição química e dos aminoácidos e pela avaliação biológica e quanto à qualidade tecnológica pela determinação das propriedades funcionais. Os melhores resultados no processamento, foram conseguidos através de lavagem, corte, separação e descarte das raízes; desintegração em moinho de martelos; extração das proteínas pela ação de três partes de NaOH 0,05N para uma parte de material desintegrado; centrifugação e descarte da porção fibrosa; precipitação isoelétrica das proteínas a pH 3,5, pela adição de HCl; separação do precipitado por decantação e secagem do material protéico obtido sob circulação de ar. Através do procedimento descrito conseguiu-se extração de 46,48% da proteína original do aguapé e recuperação no concentrado de 48,48% da proteína extraída, ou seja, 22,53% da proteína original. O concentrado obtido conforme descrito apresentou a seguinte composição na matéria seca: Proteína bruta; 35,39%; Proteína verdadeira; 31,71%; Lipídeos: 2,49%; Cinza: 33,61% e Carboidratos: 22,95%; além de teor de umidade igual a 5, 56%. Não se detectou a presença de metais pesados em níveis superiores aos limites máximos de tolerância para a legislação brasileira. Os aminoácidos essenciais estão presentes no concentrado e que seu valor nutricional é limitado pelo teor de lisina (cômputo químico = 51,99 em relação à caseína e 78,36 em relação à proteína padrão da FAO). Acredita-se que a deficiência em lisina seja devida principalmente à degradação da mesma pelo calor durante a secagem e à ocorrência de reação de Maillard durante a etapa de extração sob condição fortemente alcalina. Na avaliação biológica não se obteve resultados satisfatórios: os animais que receberam concentrado de aguapé como única fonte protéica na ração perderam peso em relação ao peso inicial. A digestibilidade encontrada foi de 53,36% para o concentrado protéico de aguapé e de 92,00% para a caseína, e a razão protéica líquida, RPL, ou "net protein ratio", NPR foi de 0,40 para o concentrado de aguapé e 4,30 para a caseína. O consumo da ração contendo concentrado de aguapé foi muito baixo, acredita-se que em função do alto teor de cinza presente. O concentrado de aguapé mostrou-se com baixa solubilidade e dispersibilidade, provavelmente devido ã interferência do alto teor de cinza e às reações de oxidação e de escurecimento não enzímico. A capacidade de absorção de água·e óleo observada é comparável à de outros concentrados de folhas. Como a utilização dos concentrados de folhas como aditivos na alimentação humana é limitada pela influência do "flavor e da cor, considera-se que a conveniência do estudo mais detalhado das propriedades funcionais esteja vinculada ã produção de concentrados em que estes problemas tenham sido eliminados ou minimizados. |