Impacto do uso de aparelho de amplificação sonora individual (AASI) em portadores de zumbido crônico e perda auditiva avaliados por mapeamento cortical com tomografia de emissão de pósitrons (PET)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Simonetti, Patricia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5143/tde-17092021-140952/
Resumo: Apesar da forte correlação entre o zumbido e a perda auditiva, a deaferentação decorrente da lesão periférica não é suficiente para explicar a persistência e a cronificação do zumbido. A pesquisa em neuroimagem revela que alterações no mapa neural de pacientes com zumbido crônico não estão restritas às áreas auditivas cerebrais. O envolvimento de estruturas dos sistemas límbico e visual, da rede de atenção e de memória aparece em vários estudos associados à geração e cronificação do zumbido. O aparelho de amplificação sonora individual (AASI) amplifica os sons ambientais, diminuindo o contraste entre o zumbido e o silêncio, diminui o esforço auditivo e cognitivo, pois compensa o dano periférico, além de promover alívio por meio do mascaramento parcial ou total do zumbido. Objetivos: comparar por PET cerebral em estado de repouso, as alterações metabólicas e funcionais que ocorrem no mapa neural 6 meses antes e após o uso efetivo de AASI como tratamento para pacientes com zumbido crônico e perda auditiva sensorioneural associada. Pretendeu-se também mensurar a efetividade do uso de AASI na redução da percepção do incômodo decorrente da perda auditiva e do zumbido e correlacionar tais dados às medidas psicoacústicas do zumbido. Métodos: Dezenove pacientes com zumbido crônico e perda auditiva foram submetidos ao PET em estado de repouso ao início e final do estudo. Foram aconselhados, adaptados com AASI e acompanhados por 6 meses. A avaliação do incômodo do zumbido foi realizada com questionário Tinnitus Handicap Inventory (THI), escala visual analógica (EVA) e medidas psicoacústicas. O questionário utilizado para avaliar as dificuldades auditivas foi o Hearing Handicap Inventory for Adults (HHIA). Os pacientes foram avaliados ao início, 1º mês, 3º mês e 6º mês de uso do AASI. Resultados: Os resultados mostraram redução estatística e clinicamente significante (p<0,05), desde o primeiro mês de uso do AASI, para todos os questionários e escalas utilizados. O nível mínimo de mascaramento (NMM) também mostrou redução estatisticamente significante. Após 6 meses de uso efetivo de AASI, áreas cerebrais do Córtex Orbito Frontal (BA11) esquerdo mostraram metabolismo glicolítico aumentado em repouso; já o cerebelo direito mostrou diminuição do metabolismo glicolítico. Esta estrutura está implicada na identificação e armazenamento da informação espectro temporal necessária para reconhecimento de sons verbais e não verbais. A avaliação de estímulos, dada sua conexão com a amigdala, codificação e habituação a sons previsíveis, faz do cerebelo parte integrante do processamento auditivo em humanos. Conclusão: O AASI é um recurso eficaz na redução do incômodo e da percepção do zumbido, resposta estatística e clinicamente significante já no 1º mês de uso. A diminuição de ativação do cerebelo em repouso sugere seu envolvimento na habituação para o estímulo do zumbido ou plasticidade decorrente da compensação da perda auditiva.