Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Gonçalves, Ingrid Rodrigues |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48137/tde-30092020-194608/
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Resumo: |
Os modos de vida da contemporaneidade conectam-se a aplicativos e sistemas digitais como se as fronteiras entre os espaços virtual e real não mais existissem, e, nessa composição, entre as diversas vidas online e offline emergisse uma vida outra, constituída por arquivos textuais, audiovisuais, entre outros. Uma produção ininterrupta de registros digitais armazenados em discos rígidos, nuvens e redes. Nesses modos de viver, já estamos entranhados a nossos gadgets, manejando, produzindo e acumulando arquivos de nossas vidas. Continuamente, gerimos documentos de diversos tipos, desde as fotografias feitas em nossos smartphones aos e-mails e arquivos de áudio e vídeo enviados e recebidos em aplicativos de compartilhamento de mensagens. Em meio a esses movimentos, compomos modos de viver e aprender, isto é, mobilizamos processos de subjetivação ao manejar, classificar e por algum motivo decidir manter esses sulcos conosco. Temos como hipótese que modos de viver podem ser compostos ao nos coligarmos com os processos e fluxos dos arquivos de nossas vidas, e, na contemporaneidade, proliferam maneiras de registrarmos grafias vitais utilizando-nos de diversas linguagens, principalmente por meio do audiovisual, tendo em vista vivermos imersos em movimentos entre gadgets inseridos no contexto dos processos de digitalização hodiernos. Ao nos embrenharmos nessas motilidades fronteiriças, podemos transduzir as forças desses processos em materiais composicionais, vergando nossos corpos e vidas, a pensar, e, concomitantemente, a compor modos de viver. Assim, de certo modo, podemos também amplificar nossas existências, via arquivos. Propomos a invenção do verbo audiovisualizar, visando pensar que, em nossos dias, o audiovisual não se resume a um objeto de estudos, um campo profissional, ou mesmo a ferramentas e técnicas de inscrição de grafias por meio de luzes e sons. Pensamos o audiovisual como um movimento, como fluxos baralhando-se a nossas cotidianidades. Para ponderar tais baralhamentos, trabalhamos com uma série analítica composta por seis filmes, nos quais os realizadores pensam a própria vida e seus modos de composição com arquivos pessoais. São eles: Ao Caminhar entrevi lampejos de beleza, de Jonas Mekas; As praias de Agnès, de Agnès Varda; Santiago uma reflexão sobre o material bruto, e No Intenso Agora, de João Moreira Salles; Por Parte de Pai, de Guiomar Ramos; e, Hachazos, de Andrés Di Tella. Os capítulos estão organizados em três blocos. No primeiro, apresentamos nossos materiais e procedimentos. No segundo, dialogamos com os filmes de nossa série analítica e exploramos questões relacionadas ao gesto de registrar e criar nossas vidas, e, à dispersão dos modos composicionais. No terceiro, trazendo discussões efetuadas nos blocos anteriores, abordamos a problemática da composição de modos de viver relacionada aos processos de digitalização da vida na contemporaneidade. Tomamos como referencial o pensamento de Gilles Deleuze e de Félix Guattari, além de discussões dos campos do audiovisual, arquivos e educação. Esse trabalho visa contribuir com as pesquisas da área da educação que tomam a produção de subjetividades como problemática, e, além disso, que adentram os campos do audiovisual e dos arquivos para pensar modos de compor dispositivos de pensamento nos espaços entre dessas fronteiras. |