Os intelectuais saem da guerra: a intervenção no Vietnã, a Foreign Policy Magazine e a construção político-intelectual de novos paradigmas e estratégias

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Mello, Natália Nóbrega de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8131/tde-07022018-090456/
Resumo: Esta tese aborda o tema do impacto político e intelectual da Guerra do Vietnã nos Estados Unidos a partir da história da fundação e dos primeiros anos de existência do periódico Foreign Policy (1970-1977). A intervenção no Vietnã desencadeou uma intensa contestação na sociedade norte-americana em relação às doutrinas e práticas de Guerra Fria que, até então, eram amplamente aceitas. A crise foi tão profunda que as principais organizações de política externa, o sistema político, os consagrados membros do establishment e as bases ideacionais e intelectuais que sustentavam as práticas intervencionistas se tornaram todos alvos de profundos questionamentos e, muitas vezes, violentos ataques. A história da Foreign Policy reconstrói este processo a partir de um ponto de vista privilegiado, uma vez que foi esta crise que motivou a fundação de um novo periódico com a intenção de revisar a política externa norte-americana e reformular os paradigmas analíticos em relações internacionais. Além disso, diversos membros da Foreign Policy participaram de decisões da intervenção no Vietnã, quando ainda eram mais jovens, e assumiram ao longo da década de 1970 posição de destaque na elaboração de uma política externa menos intervencionista e militarista (o que desencadeia na participação deles no governo Carter) ou na constituição de novos paradigmas intelectuais em política internacional que transcendiam o tema da Guerra Fria, abordando a crescente interdependência e as novas questões sociais globais. Esta tese retoma desde a Guerra do Vietnã até as propostas de governo do presidente Carter e os novos paradigmas analíticos em relações internacionais a partir da trajetória de membros da Foreign Policy (Samuel Huntington, Zbigniew Brzezinski, Richard Holbrooke, James C. Thomson, Joseph Nye, entre outros). A história deste periódico ajuda a compreender melhor uma conjuntura política decisiva nos Estados Unidos em que foram concebidos os germes da polarização política, da crise do establishment e de uma preocupação política com as consequências domésticas de uma economia cada vez mais interdependente e globalizada.