A pretensão de universalidade da hermenêutica revisitada

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Oliveira, Rafael Barros de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-18022021-213802/
Resumo: Há um consenso silencioso em torno da superação de uma filosofia hermenêutica que se pretenda universal. A argumentação construída aqui se volta ao reexame deste consenso. Partindo da postulação de uma hermenêutica universal em Hans-Georg Gadamer, fundamentada numa concepção ontológica da linguagem e calcada na finitude da existência humana, são passadas em revista três interações críticas com a hermenêutica gadameriana nas décadas de 1960 e 1970: Jürgen Habermas, Karl-Otto Apel e Paul Ricur. Habermas se voltou contra a sedimentação de estruturas de dominação tradicional implícita na concepção gadameriana da linguagem, reivindicando a necessidade do complemento de uma camada mais profunda de reconstrução das condições de comunicação, cujo modelo viria da psicanálise. Apel se volta contra o déficit normativo e epistemológico da posição de Gadamer, apontando para uma correção de rumos por meio da intervenção de um pragmatismo transcendentalizado. Ricur, por fim, busca o cami-nho do meio, polarizando entre a amplificação das tradições e a suspeita do sentido para cons-truir uma hermenêutica dialética cuja tensão não se deixa reduzir a uma única faceta. Julgando as objeções quanto ao ponto central da hermenêutica de Gadamer sua pretensão de universalidade , conclui-se que nenhuma dessas críticas impossibilita sua retomada e sua reelaboração, em parte porque algumas delas foram satisfatoriamente rebatidas pelo próprio Gadamer, em parte porque sua filosofia deixa espaço para que as outras exigências sejam acomodadas. Como evidência dessa possibilidade latente, foram convocados os esforços contemporâneos de Chris-tian Berner e Johann Michel, que elaboram cada um à sua maneira uma filosofia hermenêutica que se pretende universal e que lida com as oposições dos autores listados. Por fim, são apresentados os traços fundamentais de uma hermenêutica universal.