Resumo: |
Introdução: A apendicite aguda (AA) é uma condição clínica frequente nos serviços de urgência, sendo a causa mais comum de abdome agudo cirúrgico na faixa pediátrica. A utilização de escores clínicos tem potencial de melhorar a utilização dos recursos disponíveis no atendimento de pacientes com suspeita clínica de AA. Objetivos: O objetivo desse estudo foi avaliar de forma retrospectiva o grau de adequação da utilização de métodos de imagem na suspeita de AA em serviço terciário de atendimento de urgência/referência do SUS. Método: Foi realizado levantamento retrospectivo utilizando o banco de dados institucional com intuito de catalogar os dados de um período de 5 anos (2015-2020). Foram identificados casos com suspeita clínica, aqueles que tiveram confirmação de AA no intraoperatório e/ou na avaliação histopatológica e aqueles que foram submetidos a algum exame de imagem durante a investigação. Dois grupos foram analisados: adulto e pediátrico (até 18 anos completos). Resultados: Foram analisados 1429 atendimentos com suspeita clínica de AA, sendo 950 pacientes da faixa pediátrica e 479 adultos. A taxa de apendicectomia negativa no serviço foi de 3,5 e 6,3% na população pediátrica, respectivamente nos grupos sem e com avaliação por imagem no pré-operatório. Nos adultos a taxa de apendicectomia negativa foi de 21,4% e 13,4%, respectivamente nos grupos sem e com avaliação por imagem no pré-operatório. As acurácias da ultrassonografia (US) abdominal e da tomografia computadorizada (TC) no diagnóstico de AA foram, respectivamente, de 74,5% e 83,3% na faixa pediátrica e de 69,6% e 75,9% nos adultos. Conclusão: O grau de adequação da solicitação dos métodos de imagem na suspeita de AA observado no serviço terciário de atendimento de urgência/emergência é alto. A taxa de apendicectomia negativa na faixa pediátrica é ótima e nos adultos é satisfatória e concordante com a literatura. |
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