Do artífice ao peão: a constituição e a quebra do reconhecimento do trabalhador da construção civil - referencial teórico e histórico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Monegatto, Karina Raimo Benassi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16133/tde-11032010-141319/
Resumo: Até meados do século XIX, São Paulo era uma cidade pequena, de pouca importância no contexto social e econômico do Brasil. Foi somente a partir da consolidação do café como principal produto de exportação brasileiro que a cidade começou a adquirir as feições da metrópole moderna atual. Esse processo desencadeou uma série de transformações urbanas, uma vez que a capital paulista se tornou o centro das transações comerciais que envolviam a atividade cafeicultora e, portanto, fez com que a construção civil apresentasse elevado crescimento. Em conseqüência, esse setor se destacou pelas oportunidades de ocupação e emprego, tanto do ponto de vista da alta absorção dos trabalhadores, quanto pelos altos salários em relação às outras atividades industriais urbanas que também vinham crescendo na São Paulo da virada do século. A situação de favorecimento do trabalho na construção persistiu por cerca de vinte anos. Mas, aos poucos, o trabalhador da construção acaba perdendo esse privilégio e se torna parte do grupo dos mais desprestigiados da indústria. Ao mesmo tempo em que ocorrem as transformações nas condições de trabalho, observa-se alterações de caráter material, tanto no que se refere à técnica construtiva, caracterizadas, a grosso modo, pela substituição do tijolo pelo concreto armado, quanto no reconhecimento de uma nova arquitetura: a Arquitetura Moderna. Entender a História da Arquitetura Paulista por meio de uma análise que vai além do ponto de vista da forma e da técnica, elementos constantes em toda a bibliografia a respeito desse período, é o que motivou o início dessa pesquisa. A preocupação passa a ser com a maneira como a arquitetura é produzida, na qual a problemática das relações de trabalho na construção constituem questões tão importantes quanto às demais para esse entendimento. A dissertação de Mestrado para o Curso de Pós-Graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo é resultado da construção de um referencial histórico e teórico para que, com o futuro desenvolvimento da pesquisa, se possa reescrever a História da Arquitetura de São Paulo sob todos esses aspectos.