O cotidiano acadêmico de enfermeiras docentes da Universidade Estadual de Londrina - PR: um estudo sobre os sentimentos de prazer e sofrimento frente à implementação de uma mudança curricular radical.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2002
Autor(a) principal: Martins, Julia Trevisan
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-07032003-144240/
Resumo: O presente estudo objetivou verificar se as enfermeiras docentes, com titulações de doutor, mestre e especialista, vivenciam sentimentos de prazer e de sofrimento gerados no trabalho, frente à implementação de uma mudança curricular radical. Focaliza a compreensão sobre a concepção que a enfermeira tem do exercício de sua função como docente, no cotidiano de sua prática profissional. A questão da implementação curricular foi selecionada para apoiar a realização da pesquisa, que se caracteriza num estudo exploratório quantitativo, com aplicação da escala de Likert, em uma amostra de trinta enfermeiras docentes do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Estadual de Londrina, Norte do Paraná. O instrumento utilizado para coleta de dados possui 39 questões que avaliaram os fatores: valorização, desgaste e reconhecimento. O estudo contempla duas concepções teóricas: a perspectiva relacional de prazer e sofrimento, enquanto sentimentos que envolvem o cotidiano da docente, portanto, processos sociais; e a psicodinâmica do trabalho em que se exprime o confronto do sujeito com a realidade desse cotidiano, como alternativa teórica que permeia a análise da dinâmica dos processos psíquicos. Depois de testadas as hipóteses, as reflexões obtidas sobre os resultados, indicam que a maioria das enfermeiras docentes sente-se valorizada, não vivencia sentimentos de sofrimento devido ao desgaste que a implementação da mudança curricular provoca, porém, vivencia sentimentos de sofrimento em virtude do não reconhecimento pelo trabalho e pela forma que o executa. Os resultados remetem a reflexão sobre os fatores que provocam os sentimentos de prazer e sofrimento no processo de mudança radical que envolve a estrutura do curso de Enfermagem, enquanto espaço político em si, estratégico para a implementação de uma mudança curricular, que se configura num dos aspectos fundamentais da organização do trabalho docente. E revelam uma das vias significativas do docente, em suas relações com a tarefa e com os colegas, pois estabelecem os fatores que interagem diretamente nos sentimentos de prazer e sofrimento, ampliando os espaços de discussão e de possibilidades de adoção de novas estratégias para administrar os conflitos no contexto acadêmico da enfermagem.