Avaliação da inflamação e apoptose em tecido renal em modelo experimental de doença meningocócica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Kolbe, Karin Regina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-11032020-151214/
Resumo: A doença meningocócica permanece como problema de saúde pública mundial devido à sua alta morbi-mortalidade. A clínica varia desde quadro puramente meníngeo até choque séptico, quando a mortalidade chega a 40%. Diversos estudos demonstraram o envolvimento de TLR-2, -4 e -9 para o desenvolvimento da doença, assim como a ação das citocinas no sangue e em diversos tecidos. A sepse por si só seria capaz de explicar a injúria renal aguda que pacientes sofrem num quadro de meningoccocemia, entretanto, não havia sido determinado se a ação do meningococo era local ou se acontecia devido à liberação de toxinas. Diante disso, optamos por estudar o tecido renal na doença meningocócica, através do modelo murino. Para isso, 30 camundongos foram divididos em três grupos, sendo 10 no SHAM, 10 num grupo baixa dose de inóculo e 10 no grupo alta dose de inóculo. Após a inoculação intraperitoneal, os animais foram observados por 24h e após a eutanásia o sangue e rim foram utilizados para análise. No pool de soro dos animais dosou-se citocinas, sendo que todas as testadas (TNF-Alfa, IFN-Gama, IL1B, IL2, IL4, IL5, IL6, IL10, IL12 e GM-CSF) estavam consideravelmente aumentadas em relação ao Grupo SHAM, o que corrobora o achado no tecido renal de aumento de neutrófilos (p < 0,01) e linfócitos. Na análise histológica foram evidenciadas micro-colônias bacterianas no interstício e possivelmente intracelular e intratubular, sem necrose tubular aguda, e a presença da bactéria foi confirmada através de imunofluorescência. Para avaliação da via de ativação da inflamação e apoptose, dosamos TLR-2 (p < 0,05) e TLR-4 no tecido renal, que também se mostraram aumentadas em relação ao grupo SHAM. Por fim, dosamos a expressão de fatores de apoptose (p53, citocromo c, caspase 3 e caspase 9) no tecido renal, assim como presença de DNA fragmentado pela técnica de TUNEL, evidenciando aumento de apoptose nos grupos doentes. A função tubular foi avaliada através da dosagem da concentração urinária de sódio e potássio, no qual pode-se perceber diminuição da concentração desses íons, inferindo alteração da função tubular. Os achados corroboram outros já relatados na literatura de alteração renal no quadro séptico, entretanto esse é o primeiro relato de visualização do meningococo no tecido renal do qual temos conhecimento e a ativação dos marcadores de apoptose também no rim. Mais estudos são necessários para a completa avaliação das vias de ativação desses mecanismos