Cálculo do ultravioleta solar que atinge o olho, com e sem óculos de sol, em função do campo de visão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Masili, Mauro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18152/tde-19102022-091030/
Resumo: Os meios de comunicação e até mesmo a literatura especializada divulgam que a proteção ultravioleta (UV) para os óculos escuros é crítica, sob o argumento de que os óculos podem causar efeito contrário caso as lentes não proporcionem proteção UV adequada. Argumenta-se que óculos escuros sem a devida proteção UV não só deixam de proteger como podem aumentar as lesões ao sistema ocular. O mecanismo principal e natural é que, sem os óculos escuros e sob exposição solar, a pupila do olho se contrai para diminuir a incidência de radiação e proteger o interior do olho. Os óculos escuros, ao mimetizarem as funções da pupila no controle da luminosidade, inibem suas ações naturais, resultando na sua não-contração. Portanto, se as lentes escuras não possuírem proteção UV adequada, há um aumento da incidência dessa radiação nos meios oculares internos, potencializando os efeitos adversos, afetando de forma mais severa os tecidos oculares do que nos casos em que não se usa nenhum tipo de proteção. No entanto, não há na literatura científica especializada publicações que quantifiquem adequadamente e deem suporte a esse argumento. Assim, este trabalho teve como objetivo o cálculo do influxo de UV solar através da pupila do olho em duas situações: quando um indivíduo usa óculos escuros e quando não os usa. Em ambas situações considerou-se a dilatação pupilar e o campo de visão devido à compressão das pálpebras e semicerração dos olhos (squint) em função da luminosidade do ambiente, calculada por meio de uma modelagem da irradiação solar. Por fim, calculou-se o influxo de radiação UV através da pupila nas duas situações e determinou-se, portanto, se óculos com lentes de baixa proteção UV de fato aumentam o influxo de UV através da pupila dilatada em comparação à pupila não dilatada. Foram testadas 214 lentes de óculos e os resultados mostram que usar óculos de sol com proteção UV abaixo de 95% tem ligeiro potencial de aumentar os riscos para a saúde dos olhos. Porém, o argumento de que isso se deve à dilatação da pupila está errado. O argumento mais apropriado deve ser que os óculos de sol proporcionam um ambiente mais escuro ao olho, aumentando o campo de visão. Esses resultados podem ter impacto direto nas normas de óculos de sol no que diz respeito à proteção UV vinculada à categoria das lentes.