Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Gerage, Jacqueline Mary |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11141/tde-05012017-175050/
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Resumo: |
A aplicação de agrotóxicos na produção agrícola se relaciona com várias áreas do conhecimento, com destaque para a saúde pública, devido aos riscos envolvidos. No Brasil o uso indiscriminado, faz com que o país lidere, desde o ano de 2008, o consumo dessa classe de produtos. O objetivo geral do trabalho foi estimar a ingestão crônica de agrotóxicos pela população brasileira por meio da dieta, destacando as substâncias com maior consumo e suas implicações toxicológicas. Para este fim foram utilizados os alimentos registrados no bloco de consumo alimentar da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009, conduzida pelo IBGE, e a exposição foi estimada pelo cálculo de Ingestão Diária Máxima Teórica (IDMT). A caracterização do risco foi realizada pela comparação da IDMT com os valores da Ingestão Diária Aceitável (IDA), estipuladas em mg/kg peso corporal/dia sendo aplicado o peso individual dos integrantes da amostra (n=33.613) da POF (bloco de consumo alimentar). Foram elaboradas analises discriminando a população brasileira, de acordo com as grandes regiões e situação domiciliar (urbana ou rural). Dos 283 agrotóxicos considerados para a pesquisa, 68 compostos excederam ao valor da IDA. O composto brometo de metila ocupou a primeira posição como composto com maior consumo estimado para a população brasileira. Este agrotóxico é classificado como extremamente tóxico, e seu uso está em descontinuação global por causar danos à camada de ozônio, além dos riscos à saúde de trabalhadores rurais e moradores de regiões próximas às áreas de produção agrícola. Quando estudadas as grandes regiões do país, as regiões Norte (59 agrotóxicos), Nordeste (62 agrotóxicos) e Sul (48 agrotóxicos) apresentaram um menor numero de agrotóxicos extrapolando aos valores da IDA, em comparação com o total identificado para a população brasileira (n= 68). Já as regiões sudeste e centro-oeste apresentaram número superior de compostos que extrapolaram ao valor da IDA, sendo um total de 69 compostos para ambas as regiões. Também foi estudada a exposição nos setores urbano e rural, sendo constatado que 67 compostos excederam ao valor da IDA em ambas as situações domiciliares. Para a área rural os riscos envolvidos se relacionam com a aplicação destes produtos, configurando risco de intoxicação aguda. É importante considerar que a caracterização do risco crônico será mais próxima da realidade quanto melhor os dados refletirem as condições do alimento no momento do consumo. Com isso, é recomendável a realização de estudos sobre a exposição aos agrotóxicos para a população brasileira, principalmente quanto às implicações toxicológicas, e considerando os grupos mais vulneráveis. |