Comportamento de Mizus persicae (Sulzer) (Hemiptera: Aphididae) e transmissão de estirpes de Potato virus Y (PVY) em diferentes cultivares de batata

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Sanhueza Salas, Fernando Javier
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-20200111-130606/
Resumo: Na cultura de batata (Solanum tuberosum L.), os afídeos se destacam pela transmissão de muitos vírus, sendo fundamental o estudo da interação planta-vírus-vetor para o estabelecimento de medidas adequadas de manejo. Este trabalho teve como principais objetivos identificar estirpes do vírus Y da batata (Potato virus Y - PVY) presentes em três áreas produtoras do Estado de São Paulo (Capão Bonito, Itapetininga e Paranapanema), estudar a sua transmissão por afídeos para cultivares de batata e caracterizar o comportamento alimentar do vetor Myzus persicae (Sulzer) nesses cultivares. Para tal, realizaram-se testes com os cultivares Ágata, Jaette Bintje, Mondial, Monalisa (Brasil) e Santè (Espanha) buscando-se avaliar a resistência à transmissão de PVY, o efeito sobre o desenvolvimento (antibiose) e a não-preferência (antixenose) por afídeos, além de um ensaio comparando a eficiência de transmissão por M. persicae e Aphis gossypii. O comportamento alimentar de M. persicae no interior do tecido vegetal foi caracterizado pela técnica de "Electrical Penetration Graph" (EPG), visando a identificação de possíveis fatores de resistência a este inseto. A caracterização biológica, sorológica e molecular dos isolados de PVY indicou a ocorrência das estirpes PVYO, PVYC e PVYN e PVYNTN na região sudoeste do Estado de São Paulo. As estirpes PVYO, PVYN e PVY PVYNTN são transmitidas por A. gossypii e M. persicae, porém com maior eficiência pelo último. Quanto à transmissão das estirpes de PVY por M. persicae para diferentes cultivares de batata, observou-se uma variação na porcentagem de infecção de acordo com a estirpe testada, indicando diferentes níveis de resistência. O cultivar espanhol Santè foi resistente a todas as estirpes, enquanto que os demais foram suscetíveis ou apresentaram apenas resistência moderada Os ensaios de livre escolha mostraram preferência de M. persicae pelo cv. Mondial, e nenhuma diferença significativa entre os demais cultivares. O estudo de antibiose indicou menor crescimento populacional (antibiose) deste afídeo no cv. Monalisa em relação aos outros dois cultivares avaliados, Ágata e Jaette Bintje. O monitoramento alimentar de M. persicae por EPG indicou que o cultivar Santè inibe o início da alimentação sobre a planta, enquanto que em ‘Monalisa’ observou-se um comportamento que sugere resistência física à alimentação. O cultivar Mondial mostrou valores intermediários para todas as variáveis de EPG analisadas, com altas taxas de ingestão floemática, e um indício de resistência ao nível de floema. O comportamento alimentar em ‘Jaette Bintje’ mostra que este cultivar é um ótimo hospedeiro para alimentação e colonização. Em caráter complementar, avaliou-se o impacto de barreiras físicas (telado, plantas de soja e cobertura flutuante) sobre a incidência de afídeos em plantio de batata em Paranapanema, SP, observando-se um menor número de afídeos em plantas protegidas pela cobertura flutuante até os primeiros 57 dias após o plantio (45 após a cobertura).